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Estado de Minas

Tentativa de ataque contra sinagoga na Alemanha em pleno Yom Kippur


postado em 09/10/2019 12:01

Duas pessoas foram mortas nesta quarta-feira (9), no meio de uma rua em Halle, cidade do leste da Alemanha, em um ataque visando, em pleno Yom Kippur, a uma sinagoga e depois a um restaurante turco.

Os atiradores tentaram invadir a sinagoga do bairro Paulus, onde estavam reunidas "entre 70 e 80 pessoas" para esta festa, informou o presidente da comunidade judaica de Halle, Max Privorotzki, ao "Spiegel", acrescentando que a porta de entrada "resistiu ao ataque".

Em seguida, os autores do ataque atiraram em plena rua e contra um restaurante turco, segundo testemunhas.

"Duas pessoas foram mortas em Halle, de acordo com informações preliminares. Vários tiros foram disparados. Os supostos autores fugiram em um veículo", disse a polícia no Twitter, pedindo aos moradores que fiquem em casa.

Segundo um porta-voz do hospital universitário da cidade, Jens Müller, "dois feridos graves com ferimentos de balas deram entrada. Eles estão sendo operados".

Uma pessoa foi presa logo depois, anunciou a polícia, sem dar mais detalhes.

Sobre o ataque ao restaurante turco, várias pessoas relataram disparos e o uso de uma granada.

"Um atirador usava capacete e roupas militares", testemunhou um homem, que estava dentro do restaurante, em entrevista ao canal de notícias NTV.

"Ele jogou uma granada no local. A granada bateu na porta e explodiu", acrescentou a testemunha, ainda em choque.

"Em seguida, o homem atirou pelo menos uma vez na loja. O homem sentado atrás de mim deve ter morrido. Eu me escondi no banheiro e tranquei a porta", contou.

Em um vídeo amador transmitido por várias emissoras e que mostra parte do ataque, um homem vestido de cáqui e capacete, aparentemente calmo, atira com um fuzil na rua.

Todo bairro foi isolado, e a estação de trem de Halle (estado da Saxônia-Anhalt), fechada.

A prefeitura de Halle citou um "massacre", sem mais precisões.

"São notícias terríveis de Halle, e espero sinceramente que a polícia consiga capturar o(s) autor(es) o mais rápido possível e que nenhuma outra pessoa esteja em perigo", reagiu o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert.

A agência de notícias alemã DPA também informou sobre tiros em Landsberg, localizado a cerca de 15 quilômetros de Halle, mas não foi estabelecido um vínculo entre os dois eventos.

O ataque ocorre meses após o assassinato em Hesse de Walter Lübcke, um político pró-migrantes do partido conservador de Merkel (CDU). O principal suspeito é membro do movimento neonazista.

Esse caso chocou o país, onde a extrema direita anti-imigrante tem registrado sucessos eleitorais. Isso despertou o medo de um terrorismo de extrema direita, como o do pequeno grupo NSU, responsável pelo assassinato entre 2000 e 2007 de uma dúzia de migrantes.

Vários são os precedentes violentos: um ataque a faca contra a prefeita de Colônia, Henriette Reker, em 2015, e dois anos depois contra o prefeito de Altena, Andreas Hollstein. Ambos escaparam da morte por pouco. Os dois defendiam uma política de acolhimento generosa dos migrantes, como Walter Lübcke.

A Alemanha é confrontada com "uma nova RAF", uma "RAF marrom", estimou o "Süddeutsche Zeitung", em referência ao grupo terrorista de extrema esquerda Fração do Exército Vermelho, também conhecido como Grupo Baader-Meinhof, ativo entre 1968 e 1998.

Mais de 12.700 extremistas de direita considerados perigosos já foram identificados pelas autoridades.

As autoridades alemãs também estão em alerta após vários ataques jihadistas nos últimos anos. O mais mortal foi em dezembro de 2016, quando um tunisiano, Anis Amri, invadiu um mercado natalino em Berlim com um caminhão roubado, matando 12 pessoas.


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