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Estado de Minas

Primeira reunião do Parlamento iraquiano após uma semana de protestos


postado em 08/10/2019 16:19

O Parlamento iraquiano celebrou sua primeira sessão nesta terça-feira (8) desde o início há uma semana de manifestações e atos de violência que deixaram 100 mortos e uma crise política à qual o presidente reagiu pedindo diálogo.

Bagdá acordou terça-feira após sua primeira noite tranquila no final de uma semana de manifestações e violência. As restrições de segurança foram suspensas em torno da Zona Verde, sede das principais instituições do país e embaixada americana.

O tráfego voltou ao ritmo habitual de manhã e a rede da Internet - em Bagdá e no sul - começou a ser normalizada.

Mais de 200 deputados participaram de uma sessão extraordinária convocada pelo presidente da Assembleia, Mohammed al-Halbussi, e receberam vários ministros para discutir o movimento de protesto, desencadeado em 1º de outubro em Bagdá antes de se expandir para o sul do país, que tem uma maioria xiita.

Uma primeira tentativa de reunir o Parlamento falhou no sábado, devido à falta de quórum. Os 54 deputados do bloco de Moqtada Sadr, um líder xiita muito influente e versátil que venceu as eleições legislativas, boicotaram a sessão com outros.

O presidente do Iraque, Barham Saleh, pediu na segunda-feira à noite "cessar a escalada" e disse que deseja "um diálogo nacional sem interferência estrangeira" para atender às demandas dos manifestantes.

Em um discurso televisionado, o chefe de Estado considerou que "quem dispara contra os manifestantes pacíficos e as forças de ordem são os inimigos do povo" e pediu medidas para evitar "o recurso à força excessiva", que o exército reconheceu ter utilizado em um bairro de Bagdá.

Desde o 1º de outubro, o movimento de protesto em Bagdá e em várias cidades do sul para pedir empregos, serviços públicos e denunciar a corrupção deixou mais de 100 mortos e cerca de 6.000 feridos, segundo um balanço oficial.

- Manifestações foram complô, segundo Irã -

Do Irã, o guia supremo Ali Khamenei declarou que as manifestações no Iraque eram uma "conspiração" criada por "inimigos" para "semear discórdia" entre os dois países. Mas, alertou, "fracassaram e seu complô não terá efeito".

O Irã mantém relações estreitas com Bagdá desde a derrubada de Saddam Hussein, em 2003, e reforçou sua influência no Iraque, apoiando vários partidos e grupos xiitas.

Por outro lado, o primeiro-ministro iraquiano anunciou ter falado por telefone com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, sobre os últimos acontecimentos no Iraque, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, visitou Bagdá na segunda-feira, uma viagem planejada antes dos protestos eclodirem.

Moqtada Sadr pediu na sexta-feira a renúncia do governo de Adel Abdel Mahdi e eleições antecipadas. O primeiro-ministro resistiu e anunciou no domingo 17 medidas sociais, que vão da assistência habitacional à entrega de um subsídio aos jovens desempregados.

Durante um longo dia na terça-feira, Abdel Mahdi multiplicou suas reuniões com Halbusi, seus ministros, chefes tribais e autoridades judiciais.

Não se sabe se as propostas de Halbusi e Abdel Mahdi acalmarão os manifestantes, que disseram não ter "nada a perder", em um país rico em petróleo em que mais de uma entre cada cinco pessoas vive abaixo da linha da pobreza.

Desde o início das manifestações, a maioria dos jovens se dirigiu à Praça Tahrir, um local de encontro emblemático para manifestantes, antes que as autoridades bloqueassem seu acesso.

Depois eles se retiraram para Sadr City, reduto xiita no leste de Bagdá.

Reconhecendo o "uso excessivo da força", o exército disse que "começou a pedir explicações aos oficiais" que cometeram "erros".

A relativa calma ocorre agora uma semana após o Arbaïn, maior peregrinação xiita na qual milhares de peregrinos do Iraque e do Irã se dirigem principalmente a pé ao túmulo do Imam Hussein em Kerbala, no sul de Bagdá.


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