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Estado de Minas

Sem entusiasmo, Tunísia vai às urnas para eleições legislativas


postado em 06/10/2019 15:31

Os tunisianos foram às urnas, neste domingo (6), para eleições legislativas que podem levar a um Parlamento fragmentado entre uma multidão de novos partidos, diante da rejeição dos eleitores às legendas tradicionais.

"Não confio em ninguém, nem em nenhum partido político. A vida só piora neste país!", declarou Mohamed Daadaa, um eleitor de 60 anos que afirmou ter votado "sem qualquer esperança de que haja uma mudança positiva".

Segundo Ali Rekiki, um jovem observador da organização tunisiana Mourakiboun, "as pessoas não confiam mais nos partidos antigos, e não conhecem os novos. Então, essas eleições não as motivam muito".

Depois de o falecimento do presidente Beji Caid Essebsi ter alterado o calendário eleitoral, estas legislativas - as terceiras desde 2011 - acabaram sendo convocadas entre dois turnos da disputa presidencial.

O segundo turno da eleição presidencial, que será no próximo domingo, será disputada por dois candidatos que decidiram romper com as elites políticas: Kais Saied, um jurista sem estrutura partidária, e Nabil Karaoui, fundador do movimento Qalb Tounes ("Coração da Tunísia"), atualmente na prisão.

Embora não estejam despertando grande interesse entre os tunisianos, as legislativas são cruciais, pois o Parlamento está encarregado das questões que mais preocupam a população: economia, desemprego, serviços públicos e inflação.

Cerca de sete milhões de eleitores eram esperados nas urnas até as 18h locais (14h em Brasília). A expectativa é que os resultados comecem a ser anunciados a partir de quarta-feira.

As pesquisas de boca de urna devem começar a esboçar a configuração do novo Parlamento a partir deste domingo à noite.

Três semanas depois do primeiro turno da eleição presidencial, que deixou de fora os dirigentes em final de mandato, sondagens extraoficiais apontam a chegada ao Legislativo de novos partidos e de uma onda de políticos independentes, que integram um terço das listas apresentadas.

Mais de 15.000 candidatos disputam 217 cadeiras. Até agora o Parlamento era dominado pelo partido de inspiração islamista Ennahdha, que há cinco anos compôs uma aliança com o principal partido de centro, o Nidaa Tounes, minado desde então pelas lutas de poder.

Também está em baixa a sigla Qalb Tounes, criada há menos de seis meses por Karaoui, um polêmico empresário que já foi afiliado ao Nidaa Tounes.

Karaoui, fundador da Nessma TV, está detido desde o final de agosto, no âmbito de uma investigação iniciada em 2017 por suspeita de lavagem de dinheiro e fraude fiscal. O caso gerou grande comoção no país.

As legendas que, segundo as pesquisas, podem ficar na frente, Ennahdha e Qalb Tounes, descartaram que venham a se aliar.


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