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Estado de Minas

Veja os movimentos de protestos no mundo árabe durante o último ano


postado em 05/10/2019 15:07

Do Sudão e Argélia, onde movimentos populares derrubaram chefes de Estado no poder por décadas, ao Iraque, palco de recentes manifestações violentas, o mundo árabe vive há um ano uma situação remanescente da "Primavera" de 2011.

Naquele ano, vários países árabes foram abalados por movimentos que causaram, por exemplo, as quedas de Zine El Abidine Ben Ali na Tunísia e Hosni Mubarak no Egito.

Hoje, a Tunísia é uma exceção, pois continua sua transição democrática, ao contrário de outros países, como Síria, Iêmen ou Líbia, pois as revoltas contra os poderes resultaram em guerras ainda em andamento.

- Sudão -

Em 19 de dezembro de 2018, centenas de sudaneses saem às ruas para protestar contra o aumento do preço do pão, que triplicou.

As manifestações se tornam semanais e rapidamente exigem a renúncia de Omar Al Bashir, no poder há 30 anos.

No dia 11 de abril, o exército afasta Bashir, substituído por um Conselho Militar de Transição.

Mas milhares de manifestantes continuam sentados em frente à sede do exército e rejeitam o que chamam de "golpe de Estado".

Homens armados com trajes militares dispersam a multidão violentamente em 3 de junho.

Em meados de agosto, é assinado um acordo negociado entre o exército e os líderes da manifestação, graças a uma mediação da Etiópia e da União Africana.

O país é dotado de um conselho soberano, um exemplo de maioria civil, mas liderado por militares, para supervisionar a transição que deve durar pouco mais de três anos e abrir caminho para as eleições.

A repressão contra o protesto deixou mais de 250 mortos, segundo um comitê de médicos ligado aos manifestantes.

- Argélia -

Em 22 de fevereiro, começam as manifestações contra a candidatura a um quinto mandato do presidente Abdelaziz Buteflika, muito enfraquecido após um acidente cardiovascular em 2013.

Em 2 de abril, Buteflika renuncia diante da pressão da opinião pública e do exército.

Mas os manifestantes continuam a sair às ruas em massa toda sexta-feira, determinados a acabar com todo o aparato burocrático herdado após 20 anos da presidência de Buteflika - cujo chefe de gabinete do exército, general Ahmed Gaid Salah, tornou-se o homem forte do país.

Ignorando a rejeição do movimento de protesto a favor do atual governo organizar eleições, as autoridades marcaram a data das presidenciais para 12 de dezembro, depois de terem anulado por falta de candidatos uma eleição marcada para julho.

- Egito -

Em 20 de setembro, várias centenas de pessoas protestam no Cairo e em outras cidades para exigir a renúncia do presidente Abdel Fatah Al Sisi, no poder desde 2014.

Uma manifestação é organizada à noite na Praça Tahrir, no Cairo, o epicentro da revolução de 2011 que acabou derrubando Hosni Mubarak.

Totalmente inesperadas e inéditas sob o regime de Sisi, que realiza uma repressão implacável contra a oposição, as manifestações ocorrem após a divulgação de vídeos de um empresário no exílio e que acusa o chefe de Estado de corrupção.

Passada uma semana, após uma onda de prisões (cerca de 2.000 pessoas), apenas algumas manifestações com participação limitada são registradas.

- Iraque -

Originado em chamadas lançadas nas redes sociais, em 1º de outubro nasceu um movimento de protesto social no Iraque.

Iniciado em Bagdá, o movimento que exige trabalho para a juventude e a renúncia de líderes "corruptos" se estende a quase todo o país.

Em quatro dias, quase cem pessoas morreram e outras 4.000 ficaram feridas, de acordo com o último balanço oficial publicado pelo governo no sábado.


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