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Estado de Minas

Os textos que alimentam as suspeitas dos democratas no processo contra Trump


postado em 04/10/2019 22:25

Uma série de mensagens trocadas por atores-chave do escândalo sobre supostas pressões de diplomatas americanos lotados em Kiev para que a Ucrânia investigasse um adversário político do presidente Donald Trump alimentou as suspeitas dos democratas que analisam o caso no Congresso.

Kurt Volker, que era representante especial de Donald Trump para Ucrânia até pedir demissão do cargo inesperadamente na semana passada, entregou suas mensagens aos três comitês da Câmara dos Deputados que investigam o presidente dos Estados Unidos.

As mensagens de Volker, um diplomata respeitado que foi delegado dos Estados Unidos na Otan - foram encaminhados aos congressistas democratas na quinta-feira durante uma audiência a portas fechadas que durou oito horas.

Os políticos democratas divulgaram uma parte das mensagens de SMS que, segundo os opositores, mostram que Trump comanda a máquina do governo para seu benefício político, mas os republicanos afirmam que nas trocas não há indícios de delito.

A seguir os principais pontos do caso:

- 19-20 de julho: antes do telefonema entre Trump e Zelensky -

Diplomatas dos Estados Unidos, aconselhados pelo advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e em colaboração com um assessor de Zelensky, preparam uma possível conversa por telefone entre os dois chefes de Estado.

"O mais importante é que Zelensky diga que vai ajudar na investigação", disse Volker numa mensagem de texto enviada em 19 de julho ao encarregado de negócios americano Bill Taylor e ao delegado de Washington na União Europeia Gordon Sondland, um dos principais colaboradores da campanha de Trump em 2016.

Taylor respondeu no dia seguiente: "O presidente Zelensky é sensível ao fato de a Ucrânia ser levada a sério, de que não é simplesmente um instrumento nas políticas internas de Washington e da reeleição".

- 25 de julho: da Casa Branca -

Pouco antes do telefonema entre Trump e Zelensky, Volker dá um indício ao assessor do presidente ucraniano Andrey Yermak.

"Ouvido na Casa Branca - assumindo que o presidente Z convença Trump de que ele investigará / chegará ao fundo do que aconteceu em 2016, definiremos uma data para uma visita a Washington. Boa sorte!"

- Agosto: o "comunicado" -

Então, os americanos pedem aos ucranianos que preparem o "rascunho de uma declaração" em que prometem investigar Burisma, a empresa de gás natural que empregava o filho de Biden Hunter, que supostamente interferiu nas eleições de 2016 nos Estados Unidos - de acordo com uma teoria da conspiração desacreditada - em troca de uma visita presidencial.

Em 9 de agosto, Volker escreve para outros diplomatas e a Giuliani para lhes peguntar se podem falar por telefone "para garantir" uma aconselhamento correto para "Z" sobre "o que deveria dizer".

Yermak responde: "Quando tivermos uma data, convocaremos uma conferência de imprensa, anunciando a próxima visita e destacando a visão de um relançamento das relações entre os EUA e a Ucrânia, incluindo, entre outras coisas, Burisma e a investigação de interferência eleitoral".

"Fantástico!", respondeu Volker 20 segundos depois.

Em seguida, o representante de Trump compartilha um texto com um esboço do comunicado ucraniano com seus colegas americanos em 13 de agosto.

"Estamos tentando iniciar e concluir uma investigação transparente e imparcial de todos os eventos e episódios disponíveis, incluindo aqueles que envolvem Burisma e as eleições de 2016 nos Estados Unidos", afirmou.

- Setembro: temor -

No final de agosto, Kiev estava preocupado com o fato de Trump suspender a ajuda militar.

No dia 1º de setembro, Taylor foi explícito: "Estamos dizendo agora que a assistência de segurança e a reunião na Casa Branca estão condicionadas à investigação?"

"Ligue para mim", respondeu Sondland.

Taylor, que era então o principal funcionário dos Estados Unidos na Ucrânia e não estava em uma posição política, expressou suas reservas de maneira mais explícita em 9 de setembro: "Como eu disse ao telefone, é uma loucura reter a assistência de segurança para ajudar uma campanha política".

Varias horas depois, Taylor recebeu uma resposta cuidadosamente redigida por Sondland.

"Bill, creio que está interpretando de forma incorreta as intenções do presidente Trump", disse o doador da campanha do magnata republicano que agora ocupa um cargo diplomático.

"O presidente foi bem claro que não há nenhum tipo de 'contrapartida' de qualquer espécie", afirmou, acrescentando em seguida: "Sugiro parar com a troca de textos".


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