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Estado de Minas

Novos distúrbios em protestos contra aumento dos combustíveis no Equador


postado em 04/10/2019 21:19

Novos distúrbios foram registrados nesta sexta-feira (4) no Equador no segundo dia da greve dos transportes, convocada contra a eliminação de subsídios aos combustíveis, que levou o governo a decretar estado de exceção.

"Que fique claro: eliminou-se o subsídio, acabou-se a vagabundagem e daqui em diante vamos construindo o novo Equador que todos desejamos", advertiu o presidente Lenín Moreno.

A eliminação de subvenções de 1,3 bilhão de dólares em um plano de ajuste fiscal pactuado com o FMI fez disparar os preços dos combustíveis e gerou revolta na população.

Dezenas de manifestantes voltaram a enfrentar a polícia em Quito, atirando pedras e artefatos incendiários em resposta a bombas de gás lacrimogênio, comprovaram jornalistas da AFP.

Os incidentes ocorreram no centro da capital, onde fica a sede da Presidência, assim como no setor do parque del Ejido, no norte, onde um blindado da tropa de choques foi atingido por uma bomba incendiária.

Os distúrbios, que segundo a polícia se estenderam a outras províncias, deixaram 59 policias feridos e 379 detidos, segundo o balanço consolidado mais recente. O Serviço de Gestão de Riscos também reportou 14 civis feridos.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington, expressou no Twitter sua "preocupação pelo uso excessivo da força pela polícia no #Equador, como evidenciam imagens de repressão aos protestos sociais". O organismo mencionou "pelo menos 19 feridos e 20 jornalistas agredidos".

Com aulas suspensas em todos os níveis por determinação do governo, o Equador lida com a greve dos transportes. que desafia a medida de exceção imposta na quinta-feira para mobilizar os militares com vistas a restabelecer a ordem. Às manifestações incorporaram-se estudantes universitários e setores da oposição.

"Não queremos desestabilizar" -

Sem táxis ou ônibus, os equatorianos tiveram que se virar para conseguir realizar suas atividades, enquanto as aulas foram suspensas por ordem do governo.

Em Quito, apenas o serviço de transporte municipal funciona - o que é insuficiente para atender à demanda - e as Forças Armadas habilitaram seus veículos para atender os cidadãos.

Sob a medida de exceção declarada por 60 dias, os militares também estão nas ruas para controlar a segurança. "Não queremos desestabilizar o país, mas, infelizmente, neste momento o que está sendo tentado é sobreviver", afirmou o presidente da Federação Nacional de Transportadores Pesados, Luis Vizcaino. "Se os preços do combustível diminuírem um pouco, acho que pode haver uma saída para o Equador retornar à paz".

O descontentamento explodiu por conta do aumento de mais de 100% no preço dos combustíveis, desencadeando o desmonte dos subsídios por parte do governo de Lenín Moreno, depois de quatro décadas de vigência, o que fez dispararem os preços do galão americano de diesel (de US$ 1,03 a US$ 2,30) e da gasolina comum (de US$ 1,85 a US$ 2,40).

O Executivo adotou a medida impopular no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para obter empréstimos milionários devido à ruptura de sua economia dolarizada.

O alto endividamento dos últimos anos - pelo qual Moreno culpa seu antecessor Rafael Correa - afetou a liquidez, segundo as autoridades.

Apesar dos protestos, Moreno disse que não mudará sua "opinião" sobre o fim dos subsídios - que representavam US$ 1,3 bilhão por ano.

"Minha mão não treme para fazê-lo. Devemos erradicar todas essas distorções que existem principalmente com relação à economia", afirmou.

"Não são decisões fáceis de aceitar", acrescentou o presidente.

Sob essa figura constitucional, o presidente teve o poder de restringir direitos, embora, no momento, tenha usado essas atribuições somente para fortalecer o controle com os militares.

- Prejuízo milionário -

Os protestos, que deixam prejuízos diários de 262 milhões de dólares, segundo os industriais, também foram fortemente sentidos em Guayaquil, uma das cidades mais populosas do Equador. Organizações indígenas e sindicais planejam protestar nos próximos dias contra a política econômica de Moreno, no poder desde 2017.

Sem maioria no Congresso e nas pesquisas de opinião pública, Moreno enfrenta as primeiras consequências do acordo de março com o FMI.

Antes da esquerda assumir o cargo no Equador em 2007, os protestos sociais deram lugar à derrubada de três presidentes, dois dos quais tentaram ajustes econômicos.

Além do FMI, outras organizações multilaterais também concederão US$ 6,07 bilhões em empréstimos ao governo Moreno, que devido à falta de liquidez emitiu títulos por mais de US$ 10 bilhões.

A dívida externa pública do Equador Além do FMI, outras organizações multilaterais também concederão US$ 6,07 bilhões em empréstimos ao governo Moreno, que devido à falta de liquidez emitiu títulos de mais de 10 bilhões de dólares. aumentou 47% no atual governo (para 39,49 bilhões de dólares, 36,2% do PIB).


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