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Estado de Minas

Ofensiva para destituir Trump ganha força com mensagens de texto explosivas


postado em 04/10/2019 20:07

A ofensiva democrata para destituir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi reforçada nesta sexta-feira com mensagens explosivas que revelam pressões diplomáticas sobre a Ucrânia, mas, combativo, o presidente se concentrou em seu adversário político Joe Biden, insistindo em seu dever constitucional de combater a corrupção.

O processo de impeachment contra Trump avançou no Congresso com o aparecimento de uma testemunha importante: o funcionário de inteligência que participou da denúncia sobre o suposto abuso de poder do presidente.

Os democratas que controlam a Câmara de Representantes estão avaliando se Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a coletar informações incriminatórias sobre Biden, o candidato mais bem posicionado para desafiá-lo à reeleição em 2020.

Os legisladores democratas pediram nesta sexta-feira ao vice-presidente Mike Pence que entregue até 15 de outubro os documentos relacionados ao caso ucraniano que originou o inquérito.

Trump, que poderia ser destituído por procurar ajuda estrangeira em uma eleição, algo ilegal nos Estados Unidos, não disse se ele colaborará com os processos de provas e testemunhos de legisladores. "Vai depender dos advogados", disse ele a repórteres.

A mídia americana informou que a Casa Branca dirá ao Congresso que não cooperará com a investigação.

Segundo relatos, o executivo quer que os democratas primeiro votem formalmente a abertura da investigação do processo de impeachment, algo que forçaria os congressistas em estados pendulares (onde democratas e republicanos podem vencer) a se pronunciar publicamente sobre uma questão que gera divisões.

- "Pôr fim à corrupção" -

A jornalistas, Trump negou mais uma vez ter feito algo errado em diálogo com o presidente ucraniano e enfatizou que seu único interesse é combater a corrupção.

"Não se trata de política; trata-se de corrupção", disse. Mais cedo, havia tuitado: "Como presidente, tenho a obrigação de acabar com a corrupção, mesmo que isso signifique procurar ajuda de um país ou de países estrangeiros".

Trump argumenta que Hunt Biden, filho do ex-vice-presidente de Barack Obama, recebeu somas significativas de dinheiro de uma empresa de gás na Ucrânia como membro de uma diretoria sem ser qualificado para o cargo.

O procurador-geral ucraniano disse que analisará vários casos relacionados à empresa Burisma, cuja direção foi integrada por Hunter Biden entre 2014 e 2019, mas ressaltou que eles não estão necessariamente ligados ao filho do ex-vice-presidente.

O anúncio ocorreu um dia após o Pentágono anunciar a aprovação da venda de mísseis anti-tanque para a Ucrânia.

Trump é acusado de pressionar Zelenski a investigar Biden em troca de cerca de US$ 400 milhões em ajuda militar, mas o presidente disse repetidas vezes que não há compensação associada a essa assistência.

No entanto, mensagens de texto entre três diplomatas americanos na Europa e o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, publicadas na noite de quinta-feira, parecem mostrar o contrário.

Em um dos SMS, Kurt Volker, ex-enviado dos EUA à Ucrânia, diz a um assessor de Zelenski que, se a investigação solicitada por Trump fosse aprovada, o presidente ucraniano faria uma visita à Casa Branca.

Pelo menos um diplomata estava ciente de que exercia "pressão adicional sobre a Ucrânia para cumprir a exigência do presidente de que se iniciassem investigações com motivações políticas" sobre Biden, informaram os investigadores democratas.

- "Atroz" -

O inspetor geral de inteligência, Michael Atkinson, uma espécie de auditor da administração federal, testemunha nesta sexta-feira a portas fechadas no Congresso.

Atkinson foi quem recebeu a denúncia de um informante, até agora identificado apenas como um oficial de inteligência americano, sobre o comportamento de Trump em relação à Ucrânia que gerou o escândalo e levou ao início do processo de impeachment.

O processo, contudo, tem poucas chances de resultar na destituição de Trump, tendo em vista a maioria republicana no Senado.

O senador republicano de Utah, Mitt Romney, crítico habitual de Trump, foi um dos primeiros líderes do partido do presidente a se opor às atitudes do presidente.

"O apelo descarado e sem precedentes do presidente à China e à Ucrânia para investigar Joe Biden é repreensível e atroz", tuitou Romney, candidato à presidência em 2012, após o pedido aberto de Trump a Pequim e a Kiev nesta quinta-feira.


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