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Estado de Minas

Toque de recolher é decretado em Bagdá, após protestos com nove mortos


postado em 02/10/2019 21:13

O governo do Iraque decretou toque de recolher na capital, Bagdá, após protestos violentos em várias cidades que em 24 horas deixaram um saldo de pelo menos nove mortos.

A medida entrará em vigor na quinta-feira e continuará "até novo aviso" para "veículos e pessoas em Bagdá".

A polícia iraquiana disparou com munição real nesta quarta-feira (2) para dispersar novas manifestações em Bagdá, apesar de o presidente do país e a ONU terem pedido calma.

Submetido ao seu primeiro teste popular depois de chegar ao poder há quase um ano, o governo de Adel Abdel Mahdi acusou "agressores" e "sabotadores" de "terem causado vítimas deliberadamente".

Os protestos continuaram ao cair da noite e o governo anunciou o fechamento da chamada Zona Verde, no centro da capital, onde estão os ministérios e embaixadas.

Nesta quarta-feira, segundo constataram jornalistas da AFP, houve disparos nas manifestações organizadas nos bairros de Al-Shaab, ao norte da capital, e Zaafaraniya, no sul.

Os protestos se estenderam a outras províncias. Seis manifestantes e um policial morreram na cidade de Naritiya e os demais em Bagdá.

Em Zaafaraniya, onde os manifestantes queimaram pneus, um jornalista da AFP ouviu tiros, como aconteceu por várias horas na terça-feira na Praça Tahrir, no centro da cidade, onde o movimento começou.

Os protestos foram dispersos à força: primeiro, com jatos d'água; depois, com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Essas manifestações não têm partido, nem líder religioso, e são motivadas pela deficiência dos serviços públicos e pelo desemprego.

O principal líder xiita, Moqtada Sadr, pediu nesta quarta-feira "protestos pacíficos e uma greve geral" para aumentar a pressão.

Sadr foi o principal incentivador das revoltas de 2016, que paralisaram o governo.

- Anos de reclamações -

Em Zaafaraniya, o jornaleiro Abdullah Walid, de 27 anos, disse à AFP que saiu às ruas nesta quarta "em apoio aos irmãos na Praça Tahrir", fechada pelas forças de segurança.

"Queremos empregos, melhores serviços públicos. Exigimos isso há anos e o governo nunca nos respondeu", justificou, contrariado, em uma rua onde veículos blindados estão estacionados.

Mohamed Al Juburi, que también trabaja como jornalero, se queja a su vez entre las columnas de humo negro que se elevan desde los neumáticos quemados en el barrio de Al Shaab.

"Nenhum Estado ataca seu povo como este governo. Somos pacíficos e eles atiram em nós", lamentou.

O presidente do Iraque, Barham Saleh, pediu no Twitter que as manifestações sejam pacíficas e que a polícia "proteja os direitos dos cidadãos".

"Nossos jovens querem reformas e querem trabalho. É nosso dever satisfazer esses desejos legítimos", disse o chefe de Estado.

A representante da ONU no Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, mostrou-se "muito preocupada" com essa tensão nas ruas e pediu às autoridades que "ajam com moderação".

O Iraque, que viveu anos de guerra desde 2003 e teve de enfrentar grupos insurgentes islâmicos, está devastado pela corrupção e pelos combates e sofre anos de escassez crônica de energia elétrica e água potável.

Essas manifestações denunciam especialmente a classe política do 12º país mais corrupto do mundo, segundo ranking da ONG Transparência Internacional.


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