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Estado de Minas

Ameaçado de 'impeachment', Trump ataca Biden, imprensa e legisladores


postado em 02/10/2019 20:55

Sob ameaça de julgamento político, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou nesta quarta-feira (2) sua fúria contra Joe Biden, seu possível adversário na luta pela reeleição em 2020, contra a imprensa - que descreveu como "corrupta" - e contra legisladores que acusou de "traição".

Muito agressivo, Trump evitou em grande parte responder sobre o caso, que pode acabar em sua destituição: um suposto pedido, feito por telefone, ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, para investigar o ex-vice-presidente Biden e seu filho Hunter.

"Foi uma conversa magnífica", destacou Trump sobre o diálogo que teve semanas atrás, ao ser perguntado sobre o tema numa entrevista coletiva na Casa Branca ao lado do presidente finlandês, Sauli Niinisto, que por momentos pareceu incomodado com o rancor do líder da principal potência mundial.

"Respeito muito os denunciantes, mas só quando são reais", acrescentou, fazendo referência à pessoa, cuja identidade não foi revelada, que transmitiu a informação que serviu como base para a abertura, em 24 de setembro, da investigação da Câmara de Representantes que pode levar a um processo de impeachment.

"Biden e seu filho são os verdadeiros delinquentes", sentenciou Trump.

Determinados a manter a pressão, os democratas do Congresso ameaçaram nesta quarta-feira obrigar a Casa Branca a fornecer os documentos que eles exigem. Os legisladores disseram que enviarão formalmente uma ordem ao Executivo para entregar esses documentos na sexta-feira, se não cumprirem voluntariamente.

"Não estamos brincando aqui, não queremos que isso continue por meses e meses, já que essa parece ser a estratégia do governo", disse Adam Schiff, que preside o poderoso Comitê de Inteligência da Câmara.

Em resposta, Trump aumentou o tom de suas reclamações, depois de citar um pastor batista que falou no domingo sobre os riscos de uma "guerra civil", sugerindo na segunda-feira que Schiff seja preso por "traição" e denunciando na terça um "golpe de estado" orquestrado contra ele.

"Os democratas que não fazem nada devem se concentrar na construção do nosso país, não desperdiçando tempo e energia de todos em PORCARIAS", tuitou.

O procedimento de impeachment, raro na história dos Estados Unidos, abala a campanha eleitoral para a presidência de novembro de 2020, na qual Trump tentará obter um segundo mandato.

- Putin defende Trump -

Por enquanto, o círculo íntimo do presidente parece determinado a ganhar tempo: seu chefe de diplomacia, Mike Pompeo, e seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, ambos no centro do escândalo, rejeitaram os prazos que os democratas estão tentando impor a eles.

Considerado um dos membros mais influentes do governo Trump, Pompeo foi uma das pessoas que ouviu a ligação com Zelenski.

Questionado sobre o assunto em uma conferência de imprensa em Roma, o secretário de Estado, que foi objeto de uma convocação formal de três comissões do Congresso para entregar os documentos necessários para sua investigação, foi evasivo.

"Não toleraremos que indivíduos no Capitólio intimidem os funcionários do Departamento de Estado", afirmou.

Os legisladores democratas estabeleceram duas datas para ouvir cinco diplomatas do alto escalão que provavelmente lhes darão informações sobre o escândalo ucraniano.

No Capitólio, sede do Congresso, uma reunião de emergência solicitada pelo inspetor-geral do Departamento de Estado, Steve Linick, parece ter sido infrutífera.

Linick apresentou documentos distantemente relacionados com o caso ucraniano. "Um pacote (...) de teorias da conspiração" sobre Joe Biden e a ex-embaixadora em Kiev Marie Yovanovitch, que foi removida em maio por Pompeo, segundo o deputado democrata Jamie Raskin.

Yovanovitch, que declarará ante o Congresso em 11 de outubro, "foi alvo de ataques sem fundamento, também de parte do presidente", destacou o senador democrata Robert Menéndez após a reunião.

Trump, que disse que seu telefonema semanas atrás com Zelenski não tinha nada demais, recebeu nesta quarta o apoio do presidente russo, Vladimir Putin.

"Não vejo nada comprometedor na conversa entre Trump e Zelenski", disse. "Qualquer chefe de Estado teria feito o mesmo", acrescentou, apontando também que os oponentes políticos de seu colega americano estavam usando "qualquer pretexto" para atacá-lo.

Ao ser perguntado se a Rússia teria a intenção de interferir nas eleições presidenciais de 2020, como fez em 2016 segundo a inteligência americana, Putin fez uma piada.

"Vou contar para vocês um segredo: sim, vamos fazer isso, mas não contem para ninguém", disse o presidente russo em meio a aplausos.


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