O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse nesta sexta-feira (27) na ONU que vê tentativas de inserir a Venezuela na lista de países cujo Estado foi destruído mediante agressões ou golpes orquestrados do exterior.
"Estamos vendo tentativas de somar a Venezuela à lista de países cujo Estado foi destruído diante dos nossos olhos, mediante agressões ou golpes inspirados do exterior", disse Lavrov na tribuna durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O chanceler russo disse ainda que seu país rejeita as tentativas de voltar a aplicar na América Latina regras antigas, como a Doutrina Monroe, que foi usada pelos Estados Unidos para derrubar regimes e Estados soberanos.
Denunciou também que os Estados Unidos continuam exercendo um bloqueio contra Cuba, "desafiando as resoluções da ONU".
A Rússia é um dos principais aliados internacionais tanto de Cuba quanto da Venezuela, que atravessa uma profunda crise econômica e política e é o segundo maior credor de Caracas, depois da China.
Antes de seu comparecimento, Lavrov se reuniu com o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo.
Após a reunião, Pompeo disse no Twitter que ambos discutiram "temas bilaterais e uma série de desafios mundiais, inclusive o tema de controle do armamento".
"Embora tenhamos temas de tensão com a Rússia, temos que encontrar um caminho construtivo para a frente. Trabalhamos juntos antes e podemos voltar a fazê-lo", disse Pompeo.
O tema da Venezuela é um dos pontos de atrito entre os dois países pelo apoio de Moscou ao governo de Nicolás Maduro na França, a quem os Estados Unidos não reconhecem por considerar que seu segundo mandato é ilegítimo.
Os Estados Unidos e outros 50 países reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, sobre o presidente socialista Nicolás Maduro, alvo de sanções de outras medidas de pressão.