O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou nesta quinta-feira (26), nas Nações Unidas, que cancelará todos os acordos assinados com Israel, se os planos anunciados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de anexar uma parte de Cisjordânia se concretizar.
Netanyahu, que tenta formar um novo governo, prometeu antes das últimas eleições impor a soberania israelense sobre duas zonas que representam cerca de um terço da Cisjordânia.
A promessa foi amplamente condenada, inclusive pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, o qual alertou que violaria a legislação internacional.
"Nossa resposta, se qualquer governo israelense prosseguir com este plano, é que todos os acordos assinados com o governo da ocupação e qualquer obrigação subjacente sejam cancelados", disse Abbas.
"E é nosso direito defender nossos direitos por todos os meios possíveis, apesar das consequências, enquanto continuamos comprometidos com a legislação internacional e com o combate ao terrorismo", alertou.
Abbas fez uma advertência similar em julho passado, mas não chegou a cumpri-la.
No início dos anos 1990, Israel e os palestinos - então liderados por Yaser Arafat - assinaram uma série de acordos de paz sob a chancela da ONU.
Os acordos deveriam durar um período de transição de cinco anos, mas um pacto de longo prazo foi frágil e uma Segunda Intifada, ou onda de violência, eclodiu em 2000.
Abbas também renovou a promessa de realizar novas eleições parlamentares palestinas, que ocorreram pela última vez em 2006.
Essas eleições, que foram surpreendentemente vencidas pelo movimento islâmico do Hamas, levaram a uma divisão dramática, com o Hamas assumindo o controle de Gaza em 2007.
"Ao retornar à terra natal, convocarei eleições locais regulares na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental, e quem se opuser a essas eleições será responsável perante Deus e a comunidade internacional", disse Abbas, provavelmente se referindo ao Hamas.
Abbas fez promessas semelhantes antes, mais recentemente em dezembro de 2018, quando disse que realizaria eleições parlamentares em seis meses.