Jornal Estado de Minas

Casal gay ameaçado por processo na Rússia pede asilo nos EUA

Um casal gay russo que adotou dois filhos, mas que está sendo ameaçado de processo, pediu asilo nos Estados Unidos, informou seu advogado nesta quinta-feira.

Os dois homens, Andrei Vaguanov e Yevgeny Erofeyev, e seus dois filhos adotivos estão atualmente em Seattle, onde entraram com um pedido de asilo este mês, disse à AFP o advogado do casal, Maxime Olenichev.

"Eles gostam da vida aqui", declarou Olenichev, da ONG Vykhod, que presta apoio aos homossexuais. Ele acrescentou que as duas crianças de 12 e 13 anos estão indo para a escola nos Estados Unidos e que "o período inicial de adaptação está indo bem".

O casal e os dois filhos deixaram a Rússia este verão, após a abertura de uma investigação por "negligência" contra funcionários do serviço social de Moscou que haviam permitido que os dois meninos morassem com o casal. A investigação foi aberta quando um dos meninos revelou aos médicos que seu pai adotivo vivia com outro homem.

Os investigadores acusaram o casal gay de promover "ideias distorcidas sobre os valores da família, prejudicando a saúde e o desenvolvimento moral e espiritual das crianças".

Os dois homens são ouvidos como testemunhas neste caso, mas correm o risco de perder a guarda dos filhos.

A adoção por casais de gays não é formalmente proibida na Rússia, pois eles não podem formalizar legalmente sua união. No entanto, desde 2013, a Rússia proibiu a adoção de crianças russas por casais homossexuais estrangeiros ou por estrangeiros não casados, mas cujo país permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A homossexualidade era considerada um crime na Rússia até 1993 e uma doença mental até 1999.

Uma lei aprovada em 2013 pune a "propaganda homossexual" entre menores, um conceito vago que permite às autoridades proibir manifestações em favor dos direitos LGBT.

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