O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar a ordem global, nesta terça-feira (24), em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, ao defender que os "globalistas" jamais triunfarão.
"O futuro não pertence aos globalistas. O futuro pertence aos patriotas", afirmou o magnata.
"O futuro pertence à soberania e às nações independentes que protegem seus cidadãos, respeitam seus vizinhos e honram as diferenças que tornam cada país especial e único", acrescentou.
Em seu pronunciamento, Trump também pediu à China que respeite Hong Kong e advertiu que acabou o tempo de tolerar os "abusos" comerciais cometidos por Pequim.
"Durante anos, estes abusos (no comércio internacional) foram tolerados, ignorados, ou mesmo estimulados", denunciou Trump, questionando novamente a globalização.
Segundo ele, o "globalismo" levou os líderes mundiais a ignorarem seus próprios interesses nacionais.
"Mas, no que diz respeito aos Estados Unidos, esses dias acabaram", frisou.
- Defesa de Hong Kong
Sobre Hong Kong, disse que o mundo espera que a China respeite seu "tratado vinculante", "proteja a liberdade" e o "estilo de vida democrático" deste antigo território britânico.
O presidente americano afirmou ainda que seu governo está "monitorando cuidadosamente" a maneira como a China vem lidando com esta crise.
Ainda em relação ao comércio, renovou seu compromisso com uma "magnífico acordo" com os britânicos, que se preparam para deixar a União Europeia (UE).
"Estamos trabalhando estreitamente com o primeiro-ministro Boris Johnson em um magnífico acordo comercial", garantiu.
O presidente também alertou para o endurecimento das sanções contra o Irã, caso Teerã não mude seu comportamento "agressivo" no Oriente Médio e suas posições "fanáticas" sobre o tema nuclear.
"Esperando se ver livre de sanções, o regime fez uma escalada de sua agressão violenta e sem motivo", declarou, ressaltando que, "enquanto o Irã mantiver um comportamento ameaçador, as sanções não serão suspensas. Serão endurecidas".
- Ataque à Venezuela de Maduro
Trump também tratou do fluxo migratório em suas fronteiras, elogiando os esforços do México, e alertou que os EUA acompanham de perto a situação na Venezuela.
"Estamos acompanhando a situação na Venezuela muito de perto", afirmou Trump, acrescentando que "esperamos o dia em que a democracia será totalmente restaurada no país, quando a Venezuela será livre e quando a liberdade prevalecerá em todo hemisfério".
"Os Estados Unidos têm uma vasta ajuda humanitária a ser entregue", apontou.
Durante o discurso na ONU, Trump mencionou os mais de 50 países que, junto com os Estados Unidos, reconhecem o líder opositor venezuelano Juan Guaidó como presidente interino em detrimento de Nicolás Maduro.
Maduro não assistirá à assembleia e deve viajar na quarta-feira para a Rússia, onde se reunirá com o presidente Vladimir Putin.
Durante o discurso de Trump, a delegada que ocupava o assento da Venezuela o ignorou, lendo "Bolívar, herói, gênio e pensamento universal".
Para Trump, que garantiu que os Estados Unidos nunca serão um país comunista, Maduro é "uma marionete cubana, protegido por seguranças cubanos".
"A Venezuela nos lembra de que o socialismo e o comunismo não se tratam de justiça, não versam sobre igualdade, nem sobre a ajuda aos pobres (...) O socialismo e o comunismo tratam de uma única coisa: do poder da classe dirigente", completou.
Segundo ele, no último século, socialismo e comunismo causaram, juntos, a morte de 100 milhões de pessoas.
"E na Venezuela vemos que este saldo de mortes continua", completou.
Os Estados Unidos estão - reforçou - comprometidos com os habitantes do continente que vivem sob condições de "opressão brutal". Referiu-se a Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Ecoando seu discurso, o Departamento do Tesouro anunciou sanções contra "os benfeitores cubanos de Maduro", os quais ajudam seu governo "e sustentam o aparato repressivo e de Inteligência".
As novas sanções foram impostas a quatro companhias - três registradas no Panamá, e uma, no Chipre - que enviam petróleo venezuelano para Cuba e apontam para quatro navios petroleiros.
"O petróleo da Venezuela pertence aos venezuelanos e não deveria ser usado como moeda de troca para sustentar ditadores e prolongar a usurpação da democracia venezuelana", declarou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
A decisão desta terça se soma a outras já adotadas para enfraquecer o apoio a Maduro, em meio à crise política e econômica nacional. Segundo a ONU, cerca de 25% dos 30 milhões de venezuelanos requerem ajuda humanitária.
.