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Estado de Minas PESQUISA

Maioria vê mais corrupção

Mais da metade dos cidadãos da América Latina e Caribe crê que ação de corruptos vem crescendo. Entre brasileiros, 54% consideram que situação se agravou nos últimos meses


postado em 24/09/2019 04:00 / atualizado em 23/09/2019 20:14

Venezuela é um dos países em que suborno por acesso a serviços públicos foi apontado por 61% dos entrevistados pela Transparência Internacional(foto: FEDERICO PARRA/AFP)
Venezuela é um dos países em que suborno por acesso a serviços públicos foi apontado por 61% dos entrevistados pela Transparência Internacional (foto: FEDERICO PARRA/AFP)

 
Relatório anual preparado a partir de entrevistas com 17 mil cidadãos de 18 países da América Latina e do Caribe pela Transparência Internacional mostra que mais da metade dos cidadãos acredita que a corrupção está piorando em seu país e que seus governos fazem trabalho ruim para combatê-la, pecando por omissão.
 
De acordo com o levantamento chamado Barômetro Global da Corrupção, 54% dos brasileiros avaliam que o poder público está falhando nessa missão e que a situação piorou nos últimos 12 meses. No total, 85% da população da América Latina e do Caribe classifica a corrupção como "um grande problema", enquanto apenas 13% a consideram um mal menor. No Brasil, a porcentagem chega a 90%, inferior somente à da Venezuela, com 91%.
 
Como novidade nesta edição de agora, a pesquisa quis explorar a questão de gênero na corrupção e concluiu que muitas mulheres são forçadas a prestar favores sexuais para ter acesso a serviços públicos, como assistência médica e educação.
 
Segundo o documento, um em cada cinco cidadãos sofreu extorsão sexual ou conhece alguém que já passou por essa situação, e 71% dos entrevistados disseram que é um fenômeno que ocorre pelo menos ocasionalmente. Os países com a maior proporção de casos notificados foram Barbados (30%) e Guatemala (23%). No Brasil, foi de 20%.
 
"Os cidadãos têm o direito de denunciar a corrupção e esperar que os políticos atuem de maneira íntegra", disse Patricia Moreira, diretora-geral da Transparência Internacional. A organização investigou também os subornos quando se trata de ter acesso a serviços básicos, como atendimento médico ou a emissão de um documento de identidade, por exemplo.
 
Do número total de pessoas pesquisadas, mais de uma em cada cinco (21%) pagou suborno para obter esses serviços. Dos países observados, a Venezuela é o único onde a maioria dos cidadãos, 61%, disse ter recebido pedidos de subornos, segundo o relatório.

RETROCESSO E essas práticas opacas ganham força em tempos de eleições, em que a compra de votos é uma prática comum em grande parte das nações ligadas ao levantamento. Segundo a Transparência Internacional, um em cada quatro dos entrevistados recebeu suborno durante as eleições nacionais, regionais ou locais. No México, uma em cada duas pessoas recebeu suborno em troca de seu voto e uma em cada quatro foi ameaçada de represálias.
 
 No Brasil, onde a pesquisa abrange os três primeiros meses do governo conservador de Jair Bolsonaro (PSL), o texto aponta que, "nos últimos oito meses, o quadro anticorrupção do Brasil sofreu uma série de golpes".
 
"O presidente (Jair) Bolsonaro tentou aumentar o escopo de informações confidenciais para reduzir a transparência e não deu muita atenção às acusações de corrupção contra membros de seu gabinete", insiste o texto.
 
"Muitas vezes, presidentes, parlamentares e outros líderes políticos agem em favor de seus próprios interesses, às custas dos cidadãos aos quais devem estar a serviço", denunciou Delia Ferreira Rubio, presidente da Transparência Internacional.


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