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Estado de Minas

Partidos árabes apoiam Gantz para posto de primeiro-ministro de Israel


postado em 22/09/2019 16:37

Pela primeira vez em mais de 25 anos, os partidos árabes de Israel apoiaram neste domingo um candidato para o posto de primeiro-ministro, neste caso Benny Gantz, na esperança de pôr fim ao longo reinado de Benjamin Netanyahu.

Os partidos fizeram essa recomendação no primeiro dia de consultas do presidente, Reuven Rivlin, com os partidos políticos para escolher o candidato que estará encarregado de formar um governo de coalizão, depois das eleições legislativas de 17 de setembro.

O partido centrista Kahol Lavan ("Azul-branco") de Benny Gantz obteve 33 cadeiras dos 120 do Parlamento nas eleições legislativas de terça-feira, contra 31 para o Likud (direita) de Netanyahu, primeiro-ministro que por mais tempo ocupou o poder em Israel.

Contando seus aliados naturais ou prováveis, Benny Gantz pode obter até 57 deputados e Netanyahu 55. Nenhum dos dois é capaz de chegar aos 61 parlamentares, patamar da maioria absoluta no parlamento israelense.

O presidente Rivlin, cujo cargo é quase simbólico, abriu as consultas neste domingo. "Estou convencido de que é preciso formar um governo estável com os dois grandes partidos", o Likud e Azul-branco, declarou. "É a vontade do povo", afirmou.

- "Fazer Netanyahu cair" -

A "Lista unida" dos partidos árabes israelenses liderada por Ayman Odeh, que se tornou a terceira força política do país, com 13 deputados, causou grande surpresa ao indicar Benny Gantz como possível liderança de um governo de coalizão.

"Sob a era Netanyahu, nos tornamos em ilegítimos dentro da política israelense [...]. Assim, buscamos impedir que Netanyahu seja primeiro-ministro", declarou Odeh ao presidente Rivlin.

Por isso, "nessa ocasião recomendamos Benny Gantz para que forme o próximo governo", acrescentou.

É a primeira vez desde 1992 que os representantes dos partidos árabes israelenses apoiam um candidato à liderança do governo.

Na época, eles apoiaram Yitzhak Rabin, assassinado três anos depois por um extremista judeu contrário aos acordos de paz israelense-palestinos de Oslo.

"Hoje, escrevemos a história: faremos o que for necessário para fazer Netanyahu cair", indicou Ahmad Tibi, um integrante da Lista Árabe Unida.

Este apoio não permite a Gantz superar o patamar de 61 cadeiras.

Assim, envia-se uma mensagem clara ao presidente, de que a terceira força política do país não deseja que Netanyahu seja o chefe de uma eventual coalizão que inclua, entre outros, o Likud e o Azul-branco.

O Likud não demorou a denunciar este apoio a Benny Gantz, afirmando que estava "proibido que possa se formar um governo baseando-se nos partidos árabes, que se opõem ao Estado de Israel".

- Os "inimigos" árabes -

Outro personagem-chave é Avigdor Lieberman. Esse ex-ministro da Defesa, antigo aliado de Netanyahu, fez campanha contra os partidos judeus ultraortodoxos, aliados do primeiro-ministro, que reprova tentar transformar Israel em um teocracia judia.

"Não faremos parte do bloco com os haredim [judeus ultraortoxos] e com o messianistas. Não recomendaremos Netanyahu presidente por essa razão", declarou Lieberman durante uma coletiva imprensa, antes de se reunir com Rivlin.

Mesmo assim, também declarou que "não podemos recomendar Benny Gantz, que pretende ser um governo apoiado pela lista árabe", acrescentou. "Os haredim são nossos adversários políticos, os árabes são nossos inimigos", afirmou.

Lieberman quer formar um governo de união com o partido "Azul-branco" de Gantz e com o Likud de Netanyahu, mas até o momento se recusa a apoiar a um ou a outro para dirigir o governo.

Para Netanyahu, a sobrevivência política depende do resultado dessas consultas. E ele poderá acabar perdendo sua disputa, algo raro em sua longa carreira política.

Essas consultas se tornam ainda mais importantes na medida em qu ele será interrogado pela justiça no começo de outubro por supostos casos de "corrupção", "malversação" e "abuso de poder".

Netanyahu tenta obter imunidade parlamentar caso seja acusado, mas isso seria mais difícil de obter caso não esteja à frente do próximo governo.


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