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Estado de Minas

Nova York será por duas semanas epicentro da luta climática


postado em 17/09/2019 13:25

Ativistas ambientais de todo planeta estão chegando a Nova York esta semana para protestos e para uma cúpula inédita de jovens, que vieram pressionar os líderes mundiais da ONU a aumentarem seus compromissos climáticos.

Além da sueca Greta Thunberg, de 16 anos, outros 500 jovens líderes sul-americanos, europeus, asiáticos e africanos participarão da primeira cúpula climática da ONU, no sábado.

Muitos desembarcarão bem a tempo de fazer parte de um grande evento na sexta-feira, coordenado com centenas de outros ao redor do mundo.

A sexta-feira se tornou o dia da "greve escolar pelo clima", uma iniciativa lançada por Greta Thunberg em Estocolmo, no ano passado, e que se espalhou pelo mundo inteiro.

Na sexta-feira seguinte, 27 de setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, outra greve global coordenada está prevista.

Nova York, que também sediará uma semana de eventos paralelos sobre o clima, autorizou que esses alunos matem aula.

Crianças e adolescentes lotando as ruas de Nova York será o preâmbulo de uma cúpula climática especial na próxima segunda-feira na ONU, com uma centena de chefes de Estado e de governo, incluindo o francês Emmanuel Macron e alemã Angela Merkel.

Muitos líderes concordam com a ideia que de há uma emergência climática, mas serão pressionados a mostrar detalhes concretos de seus planos climáticos, com duas perguntas centrais: quando fecharão suas últimas usinas de carvão? E quando os países fecharão a torneira de outros combustíveis fósseis, como gás e petróleo?

- Más notícias -

Espera-se que cerca de 60 países anunciem planos climáticos reforçados, de acordo com Alden Meyer, especialista da ONG americana Union of Concerned Scientists, mas aparentemente não os grandes emissores, disse ele à AFP.

"É uma maratona, não uma corrida de velocidade", diz Alden Meyer.

O prazo real é o final de 2020, quando o Acordo de Paris exigirá que os signatários revisem seus compromissos. Mas os sinais enviados, especialmente pela China, serão observados com atenção.

No momento, apenas Marrocos e Gâmbia têm compromissos "compatíveis" com o objetivo do Acordo de Paris de 2015, segundo o Climate Action Tracker.

Para ter uma chance de limitar o aquecimento global a +1,5°C (comparado ao século XIX), o mundo deve ser neutro em carbono até 2050, conforme o mais recente consenso de cientistas mandatado pela ONU.

Estamos longe disso. O ano passado trouxe uma onda de más notícias. Os seres humanos nunca lançaram tanto dióxido de carbono no ar quanto em 2018. As ondas de calor deste verão fizeram de julho de 2019 o mais quente da Terra desde 1880. Os últimos quatro anos foram os quatro mais quentes.

E estudos revelaram que as calotas polares estão derretendo ainda mais rápido do que pensávamos.

- Além de "Greta" -

Entre os 500 jovens participantes da cúpula de sábado, a ONU convidou 100 deles, com todas as despesas pagas, compensando as emissões de carbono de seus voos: um ecoempresário das Ilhas Maurício e outro da Indonésia, fundadores de associações na Argentina ou na Guatemala, ativistas ambientais...

Alguns já estão familiarizados com os jargões burocráticos das negociações internacionais, como o francês Girschig Gomez, de 24 anos.

"Greta abriu uma porta", disse ele à AFP.

"É muito bom ter a juventude na rua que afirma ser anticapitalista e quer mudar o sistema, mas o que colocamos no lugar?", questionou.

Esse ecologista moderado é vegano e antiavião, mas não absolutista: "Se todo mundo comer menos carne uma vez por dia, é mais eficaz do que se 5% da população for vegana".

Ele quer que o movimento jovem vá além do extremismo e dê origem a propostas concretas.

Do Brasil, chegará na sexta-feira João Henrique Alves Cerqueira, de 27, envolvido em várias ONGs há cinco anos. "Sou um pouco cético, está não é a minha primeira conferência na ONU", disse ele à AFP. "Mas algo está acontecendo agora", apontou.

Quanto a "Greta", ele confessa sua admiração, mas acrescenta: "Seria ótimo se o mundo ouvisse outras vozes, vindas do Sul e das comunidades indígenas".


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