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Estado de Minas

Novo governo da Itália autoriza desembarque de migrantes do 'Ocean Viking'


postado em 14/09/2019 21:55

O novo governo da Itália autorizou o navio "Ocean Viking" a desembarcar 82 migrantes na ilha de Lampedusa, após vários dias no mar, o que representa uma reviravolta na política mantida pelo ex-ministro do Interior de extrema direita, Matteo Salvini.

É a primeira vez em 14 meses que a Itália propõe um porto seguro a uma embarcação que resgata migrantes no mar, embora para tal tenham sido necessários seis dias de diálogos.

Os migrantes foram transferidos a um barco humanitário, fretado pela ONG SOS Méditerranée a um navio da guarda costeira italiana, que os levou para a ilha de Lampedusa, segundo imagens da TV italiana.

Segundo o Ministério francês do Interior, estes migrantes serão distribuídos entre os cinco países europeus (Itália, França, Alemanha, Portugal e Luxemburgo) que chegaram a um acordo.

"Agora, temos que chegar a um acordo sobre um verdadeiro mecanismo temporal europeu", escreveu no Twitter o ministro francês do Interior, Christophe Castaner.

- Salvini reclama -

"Começamos já. Os portos se abrem sem limites", tuitou Salvini, depois do anúncio da autorização de desembarque.

"O novo governo está reabrindo portos, a Itália volta a ser o acampamento de refugiados da Europa. Ministros abusivos que detestam os italianos", continuou Salvini, que tentou forçar eleições antecipadas em agosto no país.

Ele acabou deixando o Executivo, após a formação de um governo de coalizão que excluiu seu partido de extrema direita, a Liga.

Quando foi ministro do Interior, Salvini travou uma guerra aberta contra as ONGs que resgatavam migrantes no mar Mediterrâneo, proibindo seu acesso aos portos italianos, ou lhes impondo pesadas multas.

Salvini foi substituído no cargo de ministro do Interior por uma alta funcionária especialista em imigração, Luciana Laborgese.

O ministro italiano das Relações Exteriores, o líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, afirmou à televisão italiana que "designou um porto seguro para o barco, porque a União Europeia aceitou nossa demanda de acolher a maioria dos migrantes".

Di Maio fez parte da coalizão com o partido de Salvini e, agora, compôs uma coalizão governamental com o Partido Democrata (centro esquerda).

A negociação na Europa de um mecanismo temporário de "distribuição automática" de migrantes resgatados no Mediterrâneo foi confirmada na quinta-feira por fontes de Bruxelas. Um projeto deve ser apresentado por Conte, envolvendo França, Alemanha, Espanha, Luxemburgo, Romênia, Portugal e Malta, segundo a imprensa italiana.

O projeto será debatido na próxima quarta durante uma reunião em Roma entre Conte e o presidente francês, Emmanuel Macron. Depois, haverá um encontro de ministros do Interior europeus e de representantes da Comissão Europeia, em Malta, no dia 23 deste mês.

- 17 menores e um garoto -

O "Ocean Viking" fazia sua segunda missão no Mediterrâneo e navegava há quase duas semanas entre Itália e Malta, à espera de um porto seguro para desembarcar os migrantes.

Entre as 82 pessoas a bordo, a ONG Médicos sem Fronteiras, que também freta a embarcação, contou 58 homens, seis mulheres, 17 menores e uma criança de um ano.

"Disseram aos nossos médicos que haviam sofrido queimaduras e haviam sido agredidos com pedaços de pau e de metal", quando estavam na Líbia, relatou a MSF no Twitter.

"Muitos deles estão com traumas psicológicos", acrescentou a ONG.

Na primeira expedição, no final de agosto, o "Ocean Viking" resgatou 356 migrantes, que puderam desembarcar em Malta. A França se comprometeu a receber 150.

A SOS Méditerranée operava antes o 'Aquarius', fretado entre 2016 e dezembro de 2018, ano em que foi privado de bandeira.


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