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Estado de Minas ISRAEL

Netanyahu quer anexar Cisjordânia


postado em 11/09/2019 04:00

Primeiro ministro promete ocupar parte do território se reeleito(foto: Menahem Kahana/AFP)
Primeiro ministro promete ocupar parte do território se reeleito (foto: Menahem Kahana/AFP)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que vai anexar uma parte estratégica da Cisjordânia ocupada se for reeleito nas legislativas, em 17 de setembro. “Se receber de vocês, cidadãos de Israel, um claro mandato... Hoje declaro minha intenção de aplicar, com um futuro governo, a soberania de Israel sobre o Vale do Jordão e a parte norte do Mar Morto”, declarou Netanyahu, em entrevista coletiva em Ramat Gan, perto de Tel Aviv.

O Vale do Jordão representa cerca de 30% da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967. Netanyahu disse querer anexar as colônias judaicas, o correspondente a 90% do território do Vale, “mas não vilarejos, ou cidades árabes como Jericó”. Este plano não afetará “um único palestino”, garantiu o premiê, que disse querer aproveitar o plano de paz a ser anunciado pelos Estados Unidos para anexar outras colônias.

Espera-se que o governo americano, firme defensor de Israel desde que Donald Trump assumiu o poder no início de 2017, apresente detalhes de seu plano de paz para a região após as eleições israelenses. Esse plano será “uma oportunidade histórica e única de aplicar nossa soberania sobre nossas colônias em Judeia e Samaria e em outros lugares-chave para nossa segurança, nosso patrimônio e nosso futuro”, alegou Netanyahu.

A poucos dias das legislativas de abril, Netanyahu já havia prometido anexar os assentamentos judaicos em Judeia e Samaria, nome bíblico da Cisjordânia ocupada. Apesar de violar o Direito Internacional, a colonização (ocupação), por parte de Israel, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental se manteve sob todos os governos israelenses desde 1967. Nos últimos anos, com o impulso de Netanyahu e de seu aliado em Washington, ela se acelerou.

Reação O projeto do líder do Partido Likud (direita) foi recebido como um novo golpe pelos palestinos. “É uma violação flagrante do Direito Internacional. É um roubo de terra flagrante. É limpeza étnica. Destrói não apenas a solução de dois Estados, mas qualquer chance de paz. Isso muda a situação”, denunciou Hanan Achraui, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). “A Palestina está sendo erradicada”, continuou. “Netanyahu está em busca de votos de extrema direita, vendendo para seu público a ilusão de que pode ocupar terras palestinas para sempre”, afirmou o porta-voz do movimento islamista palestino Hamas, Hazem Qassem.

Guardiã dos lugares santos muçulmanos em Jerusalém Oriental, a Jordânia advertiu ontem que a promessa de Netanyahu “levará toda região à violência”. “A Jordânia denuncia a intenção de Netanyahu de aplicar a soberania de Israel ao Vale do Jordão e à parte norte do mar Morto”, porque “levará toda região à violência”, afirmou o chefe da diplomacia jordaniana, Ayman Safadi, segundo um comunicado de sua pasta. A Turquia, por sua vez, evocou uma promessa “racista”. 


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