Jornal Estado de Minas

Colaborador da Funai é assassinado em região remota da Amazônia

A Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou nesta segunda-feira (9) o assassinato de um colaborador e ex-servidor do órgão federal numa região no extremo oeste do estado do Amazonas.

A Funai "vem a público lamentar o assassinato de Maxciel Pereira dos Santos, colaborador eventual em Tabatinga", pequena cidade na fronteira com Peru e Colômbia, às 18H30 da sexta-feira passada, informou a fundação através de seu site.

O indigenista foi morto na "frente da família" numa rua movimentada e "há indícios de que esse crime bárbaro tenha ocorrido em represália à sua atuação no combate a práticas de ilícitos no interior da Terra Indígena Vale do Javari", denunciou a a Indigenistas Associados (INA), associação de servidores da Funai.

No comunicado, a fundação acrescenta que advertiu a polícia "de possíveis atos de violência" na região onde Maxciel trabalhava.

"Todas as foram repassadas ao Departamento de Polícia Federal para que procedesse às necessárias investigações em virtude dos indícios de crimes", aponta a nota.

Maxciel trabalhava há mais de 12 anos com a Funai na "proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas", atuando inclusive como chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial no Vale do Javari, informou o Indigenistas Associados.

Na Terra Indígena Vale do Javari vive "o maior número de indígenas isolados do mundo" e a região é alvo permanente de "organizações criminosas para a exploração ilegal da caça, pesca, madeira e ouro", acrescentou a instituição.

Desde o ano passado, foram registrados "quatro ataques perpetrados contra equipes de vigilância da terra indígena", informou.

Na mesma sexta-feira do crime, os líderes e representantes de sete dos nove países que compartilham a Amazônia definiram no encontro realizado na cidade colombiana de Leticia, na fronteira com Tabatinga, medidas de proteção para a maior floresta tropical do planeta, atormentada por incêndios e desmatamento.

Em meio à crise internacional de incêndios na Amazônia da Bolívia e no Brasil, o texto final incluía o pedido do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, representado em Letícia pelo ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, de reafirmar "os direitos soberanos dos países da região Amazônia sobre seus territórios e recursos naturais".

Em meio à crise internacional de incêndios na Amazônia da Bolívia e no Brasil, o texto final incluía o pedido do presidente Jair Bolsonaro, representado em Leticia pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de reafirmar "os direitos soberanos dos países da região Amazônia sobre seus territórios e recursos naturais".

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