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Estado de Minas

Militares turcos e americanos começam a patrulhar juntos na Síria


postado em 08/09/2019 13:19

Militares americanos e turcos iniciaram, neste domingo (8), patrulhas conjuntas no nordeste da Síria, em um setor que deve se transformar, com o tempo, em uma "zona de segurança", graças a um acordo entre ambos os países.

Seis veículos blindados turcos cruzaram a fronteira rumo à Síria e se uniram a tropas americanas para sua primeira patrulha conjunta. O movimento acontece no âmbito de um acordo concluído em 7 de agosto passado.

Os blindados turcos e americanos se deslocaram vários quilômetros para o sul do território sírio, antes de se dirigirem para o oeste, observou um fotógrafo da AFP.

A patrulha terminou seu trabalho por volta do meio-dia (horário local), com o retorno da unidade turca para casa.

O acordo entre Turquia e Estados Unidos prevê a criação de uma zona de segurança entre a fronteira turca e as zonas sírias controladas pelas milícias curdas Unidades de Proteção Popular (YPG), ao leste do rio Eufrates.

O apoio americano a estas milícias curdas foi um dos maiores desafios entre Ancara e Washington, já que ambos fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo que "em cada passo que damos o que queremos é diferente do que (os americanos) têm na cabeça".

"Nosso aliado não quer criar uma zona de segurança para nós, mas para os terroristas", acrescentou, em um discurso transmitido pela televisão.

"Aplicamos o acordo e não vemos qualquer problema, desde que sirva para evitar a guerra", disse à AFP Riyad Al Jamis, chefe do conselho militar das Forças Democráticas Sírias (FDS), integradas majoritariamente por milícias curdas.

No final de agosto, os curdos começaram a se retirar da fronteira turca, eliminando barreiras de terra e retirando algumas das unidades das YPG.

Já o porta-voz da coalizão dirigida pelos EUA na Síria, coronel Myles Caggins, comentou, em nota, que a patrulha permitiu às forças turcas observarem "por si mesmas os avanços feitos na destruição de fortificações das YPG e as zonas abandonadas voluntariamente" por essasd milícias.

- Discrepâncias sobre 'zona de segurança -

Damasco também se manifestou neste domingo e condenou a operação bilateral no nordeste do território.

"A Síria condena com grande firmeza as patrulhas conjuntas realizadas entre Estados Unidos e o regime turco", informou a agência estatal Sana, citando declarações de uma fonte do Ministério sírio das Relações Exteriores.

Recentemente, Washington e Ancara criaram um centro de operações conjuntas para a coordenação do estabelecimento da "zona de segurança".

O presidente Erdogan assegurou que seu homólogo americano, Donald Trump, havia prometido a ele que a zona tampão terá 32 quilômetros de extensão. Erdogan também ameaçou iniciar uma operação militar no nordeste da Síria, se a Turquia não conseguisse controlar essa "zona de segurança".

Desde 2016, a Turquia lançou duas operações no norte da Síria contra as YPG e ameaçou, várias vezes, lançar uma terceira.

Ainda que se desconheça a extensão exata e a data, em que a zona tampão será estabelecida, Erdogan disse estar "determinado" a que seja antes do final de setembro.

Com a criação da "zona de segurança", Ancara espera que sejam instalados ali uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que vivem hoje na Turquia.

"Embora façam patrulhas conjuntas, não há uma opinião compartilhada sobre a função da zona de segurança", explica Nicolas Danforth, do German Marshall Fund of the United States.

Para Danforth, enquanto os Estados Unidos desejam preservar a autonomia das milícias curdas, a Turquia quer acabar com elas.


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