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Estado de Minas

Mais de 600 refugiados transferidos de Lesbos para a Grécia continental


postado em 02/09/2019 17:31

Mais de 600 refugiados do campo saturado de Moria, na ilha grega de Lesbos, foram transferidos na manhã de segunda-feira para a Grécia continental, impacientes para "sair rápido deste inferno".

Ao amanhecer, sob um calor sufocante, 635 afegãos, carregados com seus pertences, subiram nos ônibus da polícia, ante a supervisão do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), constatou um jornalista da AFP.

Depois embarcaram no "Caldera Vista" para se dirigir ao porto de Tessalônica, de onde serão enviados para o campo de refugiados de Nea Kavala (Kilkis), no norte da Grécia.

Cerca de 700 de seus compatriotas serão igualmente transferidos à tarde ao mesmo campo, após a decisão do governo grego de descongestionar o campo de Moria.

"Espero sair rápido deste inferno", declarou à AFP Mohamed Akberi, de 21 anos, um afegão que chegou a Moria há apenas cinco dias.

Este campo, centro de registro e identificação de Lesbos, acolhe cerca de 11.000 pessoas, ou seja, quatro vezes a capacidade estimada pela Acnur.

O número de migrantes não parou de crescer durante este verão.

A Acnur fala de "mais de 3.000 chegadas só em agosto".

Na quinta-feira à noite, 13 barcos chegaram a Lesbos com mais de 540 pessoas a bordo, incluindo 240 crianças, um aumento sem precedentes que preocupa o governo conservador.

Neste fim de semana, chegaram mais 280 refugiados, em muitos casos interceptados em alto mar pelos guarda-costeiros da UE e da Grécia.

O governo grego, reunido de emergência no sábado, anunciou o traslado rápido dos menores não acompanhados e das pessoas mais vulneráveis das ilhas para o continente.

Também comunicou a suspensão dos procedimentos de apelação às solicitações de asilo para facilitar o regresso de refugiados a Turquia.

- Vigilância reforçada -

Na costa norte da ilha, onde geralmente desembarcam os botes infláveis carregados de exilados, a vigilância foi reforçada no domingo. Uma equipe da AFP presenciou as idas e vindas dos patrulheiros no mar e a forte vigilância policial na costa grega.

A alguns quilômetros dali, em Moria, uma multidão de refugiados de todas as idades se dirigia no domingo até o porto mais próximo para se banhar e aliviar o calor.

Pelo caminho, Fahimen Nurmhohammadi explica à AFP que sobrevive há 20 dias em condições muito difíceis: "Temos que fazer fila para tudo, para comer, tomar banho [...] Não nos sentimos seguros, há alguns dias um adolescente foi esfaqueado no campo".

Ela veio do Irã com seus dois filhos e seu marido "para escapar do radicalismo religioso" e deseja que seus filhos de 12 e 16 anos voltem rapidamente à escola.

Desde o acordo UE-Turquia assinado em março de 2016, foi reforçado o controle nas fronteiras, tornando cada vez mais difícil o acesso à ilha a partir da Turquia. Mas nos últimos meses, cerca de cem pessoas em média fazem essa travessia diariamente.

Mohamed Aliko, um curdo da Síria, tentou seis vezes passar e pagou 5.000 euros a um traficante de pessoas. "Sonhava ir ao Canadá, mas agora só quero ter uma vida tranquila longe de Lesbos", declara, após um mês neste campo superpopulado.

Paul, um congolês de 32 anos que veio com seus três filhos e sua mulher, espera que a "Europa tome medidas para mudar a situação em suas fronteiras".


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