O governo dos Estados Unidos anunciou sanções ao petroleiro iraniano "Adrian Darya 1", liberado por Gibraltar, e afirmou que possui "informações confiáveis" de que o navio segue para a Síria, em desafio às sanções internacionais contra o regime de Bashar al-Assad.
O cargueiro, que antes era chamado "Grace 1" e que transporta 2,1 milhões de barris de petróleo avaliados em 140 milhões de dólares, foi interceptado em 4 de julho na costa de Gibraltar por suspeitas de que transportava petróleo para a Síria.
Em 18 de agosto, o navio foi autorizado a zarpar, apesar da intervenção dos Estados Unidos, que desejava o petroleiro paralisado.
As autoridades britânicas afirmaram que decidiram liberar o navio depois que o Irã se comprometeu a não enviar o petróleo para a Síria.
"Temos informações confiáveis de que o petroleiro está a caminho de Tartus, na Síria", tuitou na sexta-feira à noite o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
O Departamento do Tesouro americano anunciou sanções contra o petroleiro e seu capitão.
"O Adrian Darya 1 é considerado uma propriedade apreendida, segundo um decreto, contra os terroristas e os que apoiam os terroristas ou ações terroristas", anunciou o Departamento do Tesouro em um comunicado.
O capitão Akhilesh Kumar também é objeto de sanções.
Desde sua liberação por Gibraltar, o petroleiro segue pelo Mediterrâneo sem a divulgação de seu destino ou da carga que transporta. O Irã anunciou na segunda-feira que vendeu o petróleo transportado pelo "Adrian Darya 1".
Na sexta-feira, o chefe da diplomacia da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou que o navio seguia para o Líbano.
As autoridades libanesas indicaram, no entanto, que não receberam nenhum pedido de desembarque do petroleiro iraniano.
Cavusoglu explicou depois que o navio não atracaria em um porto libanês, mas que se dirigia para águas territoriais do país.
Na sexta-feira à tarde, de acordo com o site MarineTraffic, o "Adrian Darya 1" estava ao noroeste do Chipre.
O petroleiro navega com bandeira iraniana. Até a detenção em Gibraltar usava uma bandeira panamenha.
Teerã afirmou que não pode ser transparente sobre o destino do petróleo e acusou Washington de tentar "intimidar" os potenciais compradores.
O caso aumentou ainda mais a tensão entre Estados Unidos e Irã, acentuadas desde que Washington se retirou de maneira unilateral no ano passado de um acordo internacional concluído em 2015 sobre o programa nuclear iraniano.