(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ARGENTINA

Depois da moratória, aumento de salário

Apesar da crise, governo anuncia alta de 35% no mínimo. Acréscimos serão pagos em três etapas a partir deste mês


postado em 31/08/2019 04:00 / atualizado em 30/08/2019 23:17

Lojas de Buenos Aires fazem promoções para tentar aquecer as vendas: comércio argentino espera que injeção de dinheiro ajude a movimentar a economia(foto: cRONALDO SCHEMIDT/AFP)
Lojas de Buenos Aires fazem promoções para tentar aquecer as vendas: comércio argentino espera que injeção de dinheiro ajude a movimentar a economia (foto: cRONALDO SCHEMIDT/AFP)

O governo da Argentina definiu ontem que o salário mínimo no país subirá 35%, com o aumento distribuído em três etapas. O anúncio foi feito após reunião do Conselho do Salário Mínimo, na qual sindicalistas rejeitaram a proposta feita pelos empresários, informou a agência estatal Télam.

O ministro da Produção e do Trabalho da Argentina, Dante Sica, foi o responsável pela comunicação do aumento. As centrais de trabalhadores rejeitaram a proposta de alta de 30% no mínimo, em duas parcelas. Com isso, Sica decidiu que haverá aumento de 13% em agosto, mais 12% sobre o valor inicial em setembro e de outros 10% também sobre o valor inicial em outubro.

A Argentina está imersa em um quadro de grave inflação, queda forte no peso, aumento na pobreza e recessão econômica. Além disso, enfrenta turbulências nos mercados financeiros, que levaram nesta semana o governo do presidente Mauricio Macri a adiar o pagamento de parte de suas dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em quadro de expectativa pela eleição presidencial, na qual o favorito é o oposicionista Alberto Fernández.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Fernández afirmou em que não pretende apoiar o plano de emergência de Macri para adiar a dívida de US$ 57 bilhões com o FMI para conter a volatilidade dos mercados. O empréstimo foi contraído no ano passado e a primeira parcela deveria ser paga em 2021. “O mercado sabe onde (essas medidas) vão parar. Agora, não há ninguém assumindo as dívidas argentinas, ou ninguém que possa pagá-las. O país está num calote virtual oculto”, afirmou.

MUDANÇA A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) anunciou ontem que a Argentina deixa a categoria SD (selective default), que lhe foi atribuída na quinta-feira após o governo anunciar, unilateralmente, que vai prorrogar o pagamento de dívidas. O país subirá novamente para a categoria CCC para as dívidas de longo prazo e à categoria C, para as de curto prazo.

Um país recebe a nota SD quando a agência de classificação de risco entende que há violação de uma ou mais de suas obrigações financeiras, de longo ou curto prazo. A Argentina foi rebaixada por descumprir uma série de pagamentos, apesar de ter mantido outros.

Na noite da quarta-feira, o ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, anunciou a renegociação dos prazos para pagar a dívida com o FMI “para defender a estabilidade cambial em curto, médio e longo prazos”. “A Argentina não tem um problema de solvência, mas de liquidez a médio prazo”, assegurou, na ocasião Lacunza, ressaltando que o país está comprometido com os pagamentos para tentar tranquilizar o mercado.

Além da renegociação da dívida com o FMI, o governo também anunciou que, quanto às dívidas de curto prazo, faria o reagendamento dos pagamentos de títulos em dólares a investidores institucionais, que detêm 10% desses papéis na Argentina.

O presidente Mauricio Macri garantiu que se encarregará do problema das dívidas e clamou à oposição apoio para avançar com o vencimento dos prazos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)