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Estado de Minas

Importantes chegadas de migrantes à Europa por terra e mar


postado em 30/08/2019 16:11

Mais de 150 migrantes chegaram nesta sexta-feira (30) ao enclave espanhol de Ceuta, um dia após o desembarque de centenas de pessoas na Grécia, um sinal da pressão migratória que persiste no sul da Europa, apesar do declínio nas chegadas.

De madrugada, escondidos entre a neblina, 155 migrantes ultrapassaram a barreira de Ceuta, um dos dois enclaves espanhóis ao norte do Marrocos, as únicas fronteiras terrestres entre a África e a União Europeia.

Em sua grande maioria procedentes da Guiné, os migrantes "escalaram a cerca, outros quebraram uma porta" da barreira, indicou um porta-voz da delegação do governo, indicando também que 16 migrantes e 12 guardas civis que tentavam pará-los ficaram feridos.

Fazia mais de um ano que não havia uma entrada tão maciça de migrantes neste enclave espanhol, protegido por uma cerca com arame farpado. Desde o início do ano, 671 pessoas chegaram a essa cidade, especialmente escondidos em veículos, cifra inferior à registrada em 2018.

O fluxo parece ter-se trasladado ao leste, para a Grécia. Na quinta-feira, a ilha de Lesbos, cenário principal do início da crise migratória da Europa em 2015, recebia em um único dia cerca de 500 migrantes em diferentes embarcações.

- "Responsabilidade compartilhada" -

Os movimentos não são comparáveis a 2015, porém, quando - segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) - um milhão de migrantes chegaram ao continente, sendo mais de 970 mil pelo mar.

Este ano, até 28 de agosto, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em 46.500 o número de pessoas que acessou a Europa pelo mar, menos do que o registrado no mesmo período em anos anteriores (68.000 em 2018, 125.000 em 2017 e 277.000 em 2016).

Também diminuiu o número de mortos durante a travessia pelo Mediterrâneo: 909 em 2019, contra mais de 1.500 no mesmo período de 2018.

Os países do sul da Europa continuam a ser os que mais têm de lidar com este fenômeno.

Na quinta-feira (29), a vice-presidente do governo espanhol, Carmen Calvo, pediu maior envolvimento dos demais Estados.

No Congresso espanhol, Carmen reclamou que "os Estados que não têm fronteiras marítimas também têm de assumir esta responsabilidade compartilhada".

Apesar do grande número de entradas desta sexta, as chegadas a Ceuta e Melilla, o outro enclave espanhol no norte do Marrocos, diminuíram 18% este ano em relação a 2018. O mesmo aconteceu com as chegadas pelo mar, que caíram 42,5%.

- "Aumento sem precedentes" na Grécia -

A Espanha, que em 2018 se tornou a principal via de acesso à Europa, foi superada este ano pela Grécia, segundo a OIM.

Cerca de 540 migrantes, incluindo 240 crianças, chegaram na quinta-feira à tarde à ilha de Lesbos a bordo de 13 botes procedentes da Turquia.

Foram transferidos para o campo de migrantes em Moria, onde há "cerca de 11.000 pessoas para uma capacidade de apenas 3.000", denunciou a ONG Médicos sem Fronteiras.

Uma fonte diplomática grega, que quis manter o anonimato, indicou que Atenas informou a União Europeia sobre este "aumento sem precedentes" do número de migrantes.

O aumento da pressão sobre a Espanha em 2018 e sobre a Grécia na atualidade se explica, em parte, pelo fechamento dos portos da Itália e de Malta. A decisão provocou o bloqueio no Mediterrâneo central de muitos barcos humanitários com migrantes resgatados.

No início do mês, o espanhol "Open Arms" passou três semanas esperando um porto, até que a Justiça italiana ordenou o desembarque em Lampedusa dos migrantes resgatados por esse navio. O grupo foi distribuído entre cinco países europeus.

Agora, o navio humanitário italiano "Mare Jonio", da ONG Mediterranea Saving Humans, encontra-se em uma situação similar. Nesta sexta, lançou uma "nova petição urgente" para obter um porto seguro.

O barco abriga 34 migrantes, depois que 64 socorridos vulneráveis, entre eles mulheres e crianças, foram evacuados na quinta-feira.

Seu chamado chega em um momento de limbo político no país, com o primeiro-ministro Giuseppe Conte se apressando para formar um novo governo com a centro esquerda que poderia deixar para trás a linha dura do ultradireitista Matteo Salvini com a imigração.


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