Acompanhando a postura adotada pelo Reino Unido e pela Alemanha, o governo espanhol também criticou a proposta do presidente francês Emmanuel Macron de bloquear o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
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Alemanha: impedir acordo UE/Mercosul não ajuda a reduzir destruição da AmazôniaMacron chega ao G-7 e faz apelo para que países ajudem a AmazôniaCúpula do G7 começa com foco na Amazônia: Macron faz apelo contra incêndiosBolsonaro acusa Macron de 'potenciar ódio contra Brasil'Macron acusa Bolsonaro de 'mentir' e França se opõe a acordo UE-MercosulA proposta de Macron, em plena inquietação mundial pelos grandes incêndios na Amazônia, não desmente por outro lado a vacilante atitude que Paris teve com o acordo entre os grandes blocos comerciais europeu e sul-americano, que supõe um grande desafio para seu setor agropecuário.
Macron chegou a acusar o presidente Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos ambientais. O G7, que inicia neste sábado suas reuniões em Biarritz, prepara inclusive uma resposta "concreta" ao fogo que consome a floresta tropical, segundo a França.
Cautela alemã
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse neste sábado que compartilha da preocupação do presidente da França, Emmanuel Macron, sobre os incêndios na floresta Amazônia, mas afirmou que impedir um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul não ajudará a reduzir a destruição da floresta.
Ontem, ao chegar para a reunião das sete economias mais fortes do mundo (G-7), Mácron ameaçou bloquear o acordo comercial recentemente acordado com o Mercosul, que inclui Argentina, Paraguai e Uruguai. A Irlanda juntou-se à ameaça.
Segundo e-mail do governo de Merkel, o acordo do Mercosul possui uma declaração de comércio que "inclui um ambicioso capítulo de sustentabilidade com regras vinculativas sobre proteção, em que ambos os lados se comprometeram a implementar em um acordo sobre o clima", destacou.
"A não-conclusão (do acordo) é, portanto, do nosso ponto de vista, uma resposta não apropriada ao que está acontecendo atualmente no Brasil", concluiu o governo alemão.
O primeiro ministro britânico, Boris Johnson, se posicionou pouco depois de Merkel, ao desembarcar no balneário francês de Biarritz, onde participará do G7. “Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso”, disse Johnson a repórteres.
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