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Estado de Minas

Europa aceita receber os 356 migrantes do 'Ocean Viking'


postado em 23/08/2019 17:55

Depois de mais de dez dias à deriva, um acordo entre países da União Europeia permitiu o desembarque das 356 pessoas resgatadas pelo navio humanitário "Ocean Viking", um alívio para as ONGs SOS Mediterranée e Médicos Sem Fronteiras, que estavam ficando sem mantimentos para os migrantes.

A evacuação terminou às 17H30 GMT (14h30 em Brasília), que durou uma hora e meia. Os migrantes foram transportados à ilha de Malta através de lanchas do exército maltês.

Após esta operação, o Ocean Viking se dirigiu a Marselha, onde fica seu porto de origem.

Como o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, tinha anunciado, a evacuação foi realizada em alto-mar, fora das águas territoriais maltesas. Os primeiros migrantes que abandonaram o Ocean Viking deveriam chegar a terra firme por volta de 21H00 GMT (18h em Brasília).

Muscat anunciou nesta sexta no Twitter o acordo de distribuição dos migrantes, com a participação de França, Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Portugal e Romênia.

"Ninguém ficará em Malta", acrescentou.

A França detalhou que vai receber 150 migrantes dos 356, depois de ter confirmado há três dias que acolherá outros 40 migrantes de outro navio humanitário, o Open Arms, bloqueado na Itália.

O ministro francês do Interior, Christophe Castaner, ressaltou que a França "demonstrou sua solidariedade" e agradeceu as autoridades maltesas, em especial seu homólogo, bem como o comissário europeu para as Migrações por sua mediação.

"Juntos, conseguimos forjar uma solução europeia", escreveu no Twitter.

"É uma boa notícia!, comemorou o coordenador das operações de resgate do Ocean Viking, Nicholas Romaniuk, em declarações à AFP.

"Bom trabalho! Bravo! Obrigado Malta! Obrigado SOS! Obrigado a todos!" foram algumas das reações das pessoas a bordo, que receberam a notícia do acordo europeu com aplausos e gritos de alegria.

- Nova política para a migração na Itália? -

Os socorristas tinham alertado nesta sexta-feira que o Ocean Viking estava ficando sem suprimentos. "Temos alimentos para quatro dias", disse um porta-voz da MSF a bordo.

O navio, de 69 metros (220 pés), teve a entrada negada nos portos de Malta e Itália e ficou 14 dias em águas internacionais entre Malta e a Sicília.

Este é um dos últimos casos de confronto entre as autoridades dos países europeus e as organizações humanitárias que resgatam migrantes no Mediterrâneo.

A maioria dos migrantes no Ocean Viking são homens adultos e cerca de dois terços vêm do Sudão, outros da Costa do Marfim, do Mali e do Senegal.

A bordo também há quatro mulheres e cinco crianças com entre um e seis anos. Quase 100 são menores de 18 anos.

Muitos foram resgatados em águas líbias e tinham sintomas de desidratação severa e, em alguns casos, estavam quase desnutridos, disse a equipe médica do navio.

Os migrantes relataram sua passagem pela Líbia, devastada pelo conflito, os abusos e maus-tratos, detenção arbitrária e até mesmo tortura.

Outra embarcação humanitária, o MareJonio, operado pelo grupo italiano de esquerda Mediterraneo, partiu na quinta-feira em direção à costa da Líbia.

A embarcação havia sido embargada pelo ministro do Interior de extrema-direita Matteo Salvini, líder da Liga, conhecido por sua política dura contra a migração e cujo governo caiu esta semana.

Em razão da crise, a política antimigração na Itália está atualmente em discussão e não se descarta que o fechamento dos portos para navios humanitários seja suspenso.


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