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Estado de Minas

Águias Negras, a marca sem rosto que aterroriza a Colômbia


postado em 23/08/2019 10:43

Yovana Sáenz ficou gelada quando leu a mensagem em seu celular. Agora era alvo das Águias Negras, a tenebrosa "marca" por trás da qual se escondem narcotraficantes, paramilitares ou agentes do estado para aterrorizar a Colômbia.

"Vocês não são mulheres que se deixam amedrontar facilmente, por isso o único caminho que resta é a morte".

A mensagem foi enviada por WhatsApp em 20 de agosto para seis pessoas, mas em Yovana causou maior terror.

Há dez anos, dois homens armados a estupraram em Cazucá, um municipio vizinho de Bogotá, onde ela morava.

"Você vale menos que uma bala", disseram a ele.

Yovana sofreu na própria pele a defesa que fazia das mulheres vítimas do conflito armado, assim como outras líderes de seu grupo, também agredidas.

Ela ainda chora ao lembrar daquele pesadelo.

"Cada vez que chega uma ameaça, fico doente. 'Me dá pânico de que vá acontecer algo comigo ou com meus filhos por um trabalho que fiz para defender os direitos humanos", explica Sáenz, de 44 anos, que recebeu a AFP no centro de Bogotá, longe de casa, por uma questão de segurança.

Por trás de seus temores estão as Águias Negras, a organizacão clandestina e antiguerrilheira que estava oficialmente extinta, mas que reviveu como uma fênix: um águia de asas negras, cabeça e rabo brancos, com as patas segurando fuzis.

"Não há uma única prisão, nem foto ou acampamento. Trata-se do símbolo de algo que existiu e que continua sendo utilizado para ameaçar com distintos propósitos", afirma Camilo González Posso, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz.

- Zozobra -

El siniestro nombre se escuchó por primera vez a principios de siglo en el noreste del país, cerca de la frontera con Venezuela. Bajo ese término se agruparon unos 800 paramilitares, según la estatal Comisión Nacional de Reparación y Reconciliación.

Logo após a desmobilização das milícias de extrema direita (cerca de 30 mil homens em todo o território), o símbolo caiu em relativo esquecimento até pouco depois da assinatura da paz com as poderosas FARC em 2016.

Então, um novo ciclo de violência eclodiu, com assassinatos seletivos, ameaças e exílios, nas áreas deixadas pelos rebeldes marxistas que não foram rapidamente ocupadas pelo Estado, onde o tráfico de drogas persiste.

Agindo especialmente através da intimidação, o nome Águias Negras espalhou onda de terror por lugares tão distantes como a cidade de Cali no sudoeste, Soacha no centro ou Aguachica em o nordeste, entre 2016 e 2017, de acordo com a Fundação Ideias para a Paz.

Os panfletos com ultimatos que levam essa marca visam a adversários como o ex-candidato à presidência Gustavo Petro, ativistas de direitos humanos e indígenas que promovem acordos de paz e defendem seus territórios.

El tema ha escalado hasta convertirse en "prioritario" para las autoridades por la "zozobra e intranquilidad" que genera, indica el coronel José Restrepo, del cuerpo élite de la policía que indaga amenazas a activistas.

Pero el cuerpo especializado de la fiscalía, creado hace cerca de un año para este tema, aún no ha logrado determinar qué es o quiénes son las Águilas Negras.

- Fachada -

Policía y analistas coinciden en que puede tratarse de una fachada tras la cual se esconden políticos, remanentes de paramilitares e incluso particulares con el fin de amedrentar.

Las amenazas apuntan a "sectores de oposición, organizaciones sociales (y) movimientos de protesta", nunca a "sectores de ultraderecha", lo que explica que sus víctimas le atribuyan un tinte político, apunta el analista González Posso.

La impunidad alimenta este fenómeno, afirma por su parte el investigador de la ONG Somos Defensores, Leonardo Díaz.

Y aunque no se ha informado oficialmente de capturas o de asesinatos recientes de Águilas Negras, la Defensoría del Pueblo (ombudsman) llamó la atención sobre un grupo que opera bajo ese nombre en barrios del suroeste de Bogotá, donde conviven líderes sociales desplazados por el conflicto y exintegrantes de grupos armados.

Desde 2017 Yovana Sáenz, habitante de esa zona, ha recibido cuatro amenazas con esa marca.

El miedo la acompaña cada vez que recibe un mensaje y tiene que recorrer en transporte público -por falta de dinero para pagar un taxi o un vehículo privado- el camino de regreso a casa, acompañada por un escolta asignado por el Estado.

"Si nos van a matar, que nos maten de frente, pero no así", dice la lideresa, agotada de "tanto castigo".


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