Jornal Estado de Minas

Macron anuncia reunião com autoridades iranianas antes do G7

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira que vai receber representantes iranianos antes da cúpula do G7, que começa no sábado, para explorar opções sobre a crise em torno do programa nuclear de Teerã.

"Terei nas próximas horas, antes do G7, uma reunião com os iranianos para tentar propor coisas", disse Macron à imprensa.

O presidente francês se reunirá na sexta-feira, em Paris, com o ministro iraniano de Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, segundo a agência oficial iraniana Irna.

O programa nuclear iraniano será um dos temas de debate em Biarritz. De um lado, estarão os Estados Unidos, que deixaram unilateralmente o acordo em 2018, e, do outro, os signatários europeus do texto.

"Devemos ter uma discussão na cúpula sobre como gerenciar a questão iraniana, temos verdadeiras discordâncias dentro do G7", reforçou Macron.

O acordo de Viena, concluído em 2015 entre Irã, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, permitiu a suspensão parcial das sanções contra Teerã em troca do compromisso da República Islâmica de não desenvolver uma arma atômica.

Em resposta à saída dos Estados Unidos do acordo e à incapacidade dos europeus para ajudar o Irã a driblar as sanções, Teerã deixou de respeitar alguns de seus compromissos em julho.

"O que espero do Irã é que continue no âmbito do JCPOA e que evite qualquer escalada", afirmou Macron, referindo-se à sigla em inglês do acordo sobre o programa nuclear iraniano ("Common Global Action Plan").

"O que espero dos Estados Unidos e da discussão do G7 é um esclarecimento da estratégia" para fazer os iranianos agirem, acrescentou.

"Estamos em um momento fatídico porque os iranianos enviaram mensagens muito claras, com enriquecimentos simbólicos nas últimas semanas, mas anunciaram medidas adicionais em setembro e no fim do ano e estão construindo uma estratégia de saída do JCPOA", alertou o presidente francês.

Macron disse que "uma estratégia iraniana de saída do JCPOA é sobretudo arriscada para o Irã e toda a região", embora também tenha classificado assim a estratégia de Washington de impor mais sanções e aumentar as tensões.

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