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Estado de Minas

Argentina promete estabilizar mercado cambial e cumprir meta fiscal


postado em 20/08/2019 15:01

O novo ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, prometeu estabilizar o mercado cambial e cumprir a meta fiscal acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI), durante coletiva de imprensa dada nesta terça-feira (20) ao assumir o cargo.

O objetivo será "garantir a taxa de câmbio como objetivo de primeira ordem neste processo eleitoral", afirmou o ministro, depois de a moeda se desvalorizar mais de 20% na semana passada.

"Garantiremos o cumprimento das metas fiscais", enfatizou o ministro, em meio aos temores do mercado, após o revés eleitoral do presidente Mauricio Macri nas primárias de 11 de agosto.

Lacunza assumiu hoje a pasta antes ocupada por Nicolás Dujovne, ministro desde janeiro de 2017 e principal promotor do acordo com o FMI que prevê um duro ajuste para alcançar o equilíbrio fiscal em troca de um empréstimo de US$ 56 bilhões.

"A taxa de câmbio está amplamente acima de seu valor de equilíbrio", afirmou Lacunza, referindo-se à desvalorização do peso que, na sexta passada, fechou a 58,12 por dólar. "Permitir maior volatilidade só somaria incerteza e pressão inflacionária", acrescentou.

Após o anúncio, a moeda argentina continuou a cair.

Segunda-feira foi feriado na Argentina e as bolsas e casas de câmbio ficaram fechadas. Ainda assim, as ações do país em Nova York caíram, e o risco-país medido pela JP Morgan superou os 1.800 pontos.

O FMI anunciou nesta terça que uma missão vai visitar a Argentina "em breve".

"Estamos em diálogo contínuo com as autoridades, enquanto elas trabalham em seus planos de políticas para solucionar a difícil situação que o país enfrenta", disse o porta-voz do Fundo, Gerry Rice.

Até sexta, Lacunza era ministro da Economia do estado de Buenos Aires, governado por María Eugenia Vidal, partidária de Macri. De 2005 a 2010, durante os mandatos de Néstor e Cristina Kirchner, foi gerente do Banco Central.

- 'Legado robusto' -

"Temos argumentos de sobra para cumprir o prometido, garantir a tranquilidade dos argentinos e deixar como legado para o próximo mandato (iniciado em 10 de dezembro) uma plataforma consistente e robusta para recuperar o crescimento", disse o ministro.

Pouco depois, o presidente do Banco Central, Guido Sandleris, ratificou a meta de estabilidade no mercado cambial para evitar uma intensificação da inflação (que somava 25% até julho).

"O recente salto na taxa de câmbio está tendo impacto negativo nos preços. A inflação, infelizmente, vai subir em setembro e outubro", antecipou Sandleris.

O presidente da autoridade monetária destacou que "há um amplo consenso de que a taxa de câmbio agora está muito competitiva. O Banco Central continuará adotando uma política monetária restritiva".

Além disso, garantiu que as reservas internacionais estão disponíveis para moderar a taxa de câmbio e garantir a estabilidade do sistema financeiro.

- Liquidez suficiente -

Em uma mensagem para tranquilizar investidores que lembram da crise de 2001 e do "corralito" ("cercadinho") que congelou as poupanças dos argentinos, o ministro garantiu que os bancos "têm liquidez suficiente para entregarem seus depósitos a quem quiser".

A Argentina celebrará eleições presidenciais em 27 de outubro, com o peronista de centro esquerda Alberto Fernández como favorito, após as primárias, nas quais obteve 47% dos votos.

No fim da semana passada, diante da queda da moeda e da aguardada disparada da inflação, Macri anunciou aumentos salariais e corte de imposto de renda.

Ele também decidiu pelo congelamento do preço dos combustíveis sem acordo das petroleiras e eliminou por quatro meses o imposto sobre produtos (IVA) dos alimentos básicos, a dois meses e meio do pleito, em que tentará se reeleger.

Esta última medida visa a aliviar o bolso dos argentinos, atingidos pela crise, mas enfrentam resistência dos governadores - já que afetam diretamente a arrecadação que o governo federal distribui para os estados.

A Argentina está em recessão desde 2018, a pobreza atinge 32% da população, e o desemprego, 10,1%. A inflação acumulada em 12 meses é de 55% - uma das mais altas do mundo.


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