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Estado de Minas

EUA testa míssil de médio alcance após deixar tratado INF


postado em 19/08/2019 18:07

Menos de um mês após o abandono do tratado de desarmamento INF, a corrida dos mísseis foi retomada: os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira ter realizado com sucesso seu primeiro teste de um míssil convencional de médio alcance desde a Guerra Fria.

O teste foi feito no domingo, às 14H30 do horário local, na ilha de San Nicolas, em frente à costa de California, no oeste del país, informou o Pentágono em um comunicado.

"O míssil testado abandonou sua rampa de lançamento e atingiu com precisão seu alvo depois de mais de 500 km de voo", acrescentou a nota.

"Os dados coletados e as lições aprendidas com este teste darão ao Departamento de Defesa as informações necessárias para o desenvolvimento de novas armas de médio alcance", concluiu o Pentágono.

O míssil testado é uma "variação do míssil de cruzeiro de ataque Tomahawk", segundo um funcionário do Departamento de Defesa.

Imagens publicadas pelas Forças Armadas mostram o projétil em um sistema de lançamento vertical Mark 41.

Os Estados Unidos abandonaram no dia 2 de agosto o tratado INF (siglas em inglês de Intermediate-Range Nuclear Forces), assinado em 1987 por Ronald Reagan e Mijaíl Gorbachov, para proibir o uso de mísseis de médio alcance (de 500 a 5.000 km), tanto convencionais como nucleares.

- Investigações desde 2017 -

Washington justificou sua decisão, alegando que Moscou violava o tratado. A saída americana abre caminho para uma nova corrida armamentista dirigida contra a Rússia e, sobretudo, contra a China.

No mesmo dia em que os EUA deixaram o acordo, o secretário de Defesa, Mark Esper, anunciou que os Estados Unidos aceleraria o desenvolvimento de novos mísseis terra-ar.

Esper também informou que os americanos haviam iniciado em 2017 investigações sobre esses sistemas de mísseis, embora tenham se mantido nos limites do tratado INF.

O deputado russo Yuri Chvitkin, vice-presidente da Comissão de Defesa da Duma, Câmara Baixa do Parlamento russo, "os ensaios desse míssil confirmam mais uma vez que os Estados Unidos violavam o acordo INF".

"Preparavam sua saída unilateral", disse o parlamentar à agência russa Ria-Novosti.

Esse pacto permitiu, na década de 1980, a eliminação dos mísseis russos SS20 e Pershing, protagonistas da crise dos euromísseis.

O presidente russo, Vladimir Putin, culpou os Estados Unidos pelo fim do tratado durante sua visita à França. "Não foi a Rússia que se retirou de forma unilateral do tratado", declarou.

"Agora se estuda a recondução do tratado START III. Até o momento tampouco vemos alguma iniciativa por parte de nossos parceiros americanos, embora já tenhamos transmitido nossas propostas", acrescentou Putin.

A última versão do tratado START, que mantém os arsenais nucleares dos Estados Unidos e da Rússia muito abaixo do nível alcançado durante a Guerra Fria, termina em 2021.


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