(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pequim denuncia agressões "de tipo terrorista" nos protetos em Hong Kong


postado em 14/08/2019 14:37

O governo da China criticou nesta quarta-feira as agressões "de tipo terrorista" contra seus habitantes em Hong Kong, que aconteceram na terça-feira durante os confrontos no aeroporto internacional, que nesta quarta-feira retomou o ritmo normal.

"Condenamos com veemência atos de tipo terrorista", afirmou em um comunicado Xu Luying, porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do governo chinês.

Os manifestantes agrediram na véspera dois cidadãos da China continental durante o grande protesto no aeroporto da megalópole, que suspendeu os voos na segunda-feira e terça-feira.

Com as acusações, Pequim assimila as ações dos manifestantes pró-democracia ao "terrorismo" pela segunda vez durante a semana. O tom mais duro provoca o temor de uma repressão militar para sufocar um movimento iniciado há 10 semanas.

O Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau afirmou na segunda-feira que os ataques de "manifestantes radicais" contra policiais representavam um "grave crime", com mostras dos "primeiros sinais de terrorismo".

O Diário do Povo e o Global Times, dois jornais estatais chineses, divulgaram imagens de blindados transportando tropas a caminho de Shenzhen, a poucos quilômetros de Hong Kong, no sul da China.

O presidente americano, Donald Trump, aumentou a preocupação com uma possível intervenção militar ao afirmar na terça-feira que o serviço de inteligência de seu país o informou sobre um deslocamento militar chinês "na fronteira com Hong Kong".

Nesta quarta, um funcionário americano afirmou que os Estados Unidos estão preocupados com "o envio de forças paramilitares" chinesas à fronteira com Hong Kong e querem que Pequim a honrar a autonomia daquela cidade no sul da China, enquanto os protestos em favor da democracia continuaram.

- Aeroporto retoma a normalidade -

Os manifestantes pró-democracia deixaram o aeroporto de Hong Kong, que nesta quarta-feira recuperou o ritmo normal após dois dias de protestos que provocaram muitos problemas ao tráfego aéreo.

No terminal de embarque, os painéis eletrônicos funcionavam de modo adequado e apenas um grupo reduzido de manifestantes permanecia no local.

"O aeroporto é nossa última moeda de troca", afirmou um deles à AFP.

As ações dos manifestantes paralisaram o aeroporto, o oitavo do mundo em número de passageiros, o que agravou a crise na cidade, que representa o maior desafio à autoridade da China sobre Hong Kong desde sua devolução pelo Reino Unido em 1997.

As manifestações, que levaram milhões de pessoas às ruas, começaram com a oposição a um projeto de lei que permitiria extradições à China. O movimento, no entanto, se tornou mais amplo, com uma pauta de defesa das liberdades democráticas e contra a influência de Pequim no território.

- Suspeitas e violência -

Depois de expressar suas exigências de forma pacífica em um primeiro momento, na terça-feira os ativistas adotaram técnicas mais agressivas, com barricadas organizadas com os carrinhos de bagagem para bloquear os passageiros na área de desembarque do aeroporto.

Durante a noite, a situação resultou em confrontos violentos com a polícia e brigas com passageiros desesperados para embarcar em seus voos.

A imprensa filmou uma cena especialmente desagradável na qual um grupo de manifestantes agride um policial até que o agente saca a pistola e aponta para os ativistas, mas sem atirar.

Os manifestantes também agrediram dois homens que suspeitavam que eram espiões ou agentes disfarçados.

Um homem que usava um colete de imprensa, suspeito de ser um espião das forças de segurança chinesas, foi preso a um carro de bagagens e agredido por um pequeno grupo de manifestantes.

O homem foi retirado do aeroporto em uma ambulância.

O jornal Global Times, publicação oficial do governo chinês em língua inglesa, de linha nacionalista, afirmou que o homem agredido era um de seus repórteres.

Em outro incidente, manifestantes cercaram um homem denunciado como um agente policial infiltrado.

Durante a retirada desta pessoa, a polícia usou gás de pimenta para abrir passagem entre os manifestantes que bloqueavam a viatura que escoltava a ambulância.

A chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, fez uma advertência na terça-feira sobre as perigosas consequências da escalada da violência.

"Reservem um tempo para refletir, olhem nossa cidade, nossa casa. Realmente querem levá-lá ao abismo?", perguntou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)