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Estado de Minas

Giammattei, o novo presidente guatemalteco que quer reviver a pena de morte


postado em 12/08/2019 11:07

Eleito no domingo (11) presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei é um médico que promove o combate à falta de segurança pública com recursos drásticos, como reviver a pena de morte e tratar as violentas gangues do país (as "pandillas") como terroristas.

Apoiado em muletas para poder caminhar, devido a uma esclerose que o acometeu há 40 anos, Giammattei conquistou sua vitória com 58,97% dos votos, frente aos 41,51% da ex-primeira-dama socialdemocrata Sandra Torres, com 97,49% das urnas apuradas até o momento.

Com 63 anos, Giammattei venceu em sua quarta postulação presidencial, depois da primeira tentativa em 2007, quando ficou em terceiro lugar.

Em suas quatro campanhas, Giammattei militou em partidos políticos distintos, assim como em suas duas tentativas infrutíferas de conquistar a prefeitura da Cidade da Guatemala, em 1999 e 2003.

De acordo com o portal de pesquisa Nômade, Giammattei é conhecido por sua natureza irritadiça e por sua falta de controle.

"Os que o cercam dizem que é alguém impulsivo, zangado, com pouco controle, déspota, tirano, imprevisível, caprichoso, vingativo, incontrolável, com zero inteligência emocional", segundo o portal de pesquisa.

- Prisão -

O presidente eleito ficou mais de dez meses preso em 2010, acusado da execução de sete réus em uma prisão em 2006. À época, ele era diretor do sistema penitenciário. Foi colocado em liberdade, porque a Promotoria não conseguiu provar sua participação no caso.

Em seu livro "Relato de uma injustiça", publicado em 2012, Giammattei conta que "a prisão é uma experiência amarga, que, sem lugar para dúvida, exerce grandes mudanças nas pessoas" e faz "ver a vida de uma perspectiva diferente".

Em função de sua detenção, é um duro crítico da Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), subordinada à ONU e que combate a corrupção no país desde 2006. Seu mandato termina no próximo dia 3 de setembro.

Diante do vazio que a Cicig deixará, Giammattei propõe pedir assistência ao FBI (a Polícia Federal americana) para investigação criminal, assim como a Israel, para adequar os sistemas de Inteligência, declarou ele em entrevista recente à AFP.

Pai de três filhos e separado de sua mulher, Rosana Cáceres, Giammattei disse que é contra o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo e se recusa a promover reformas constitucionais para adaptar o país "a uma agenda globalista".

- Terrorismo E pena capital -

Giammattei afirma que, em seu governo, lutará "com testosterona" contra a insegurança pública, o tráfico de drogas, o crime organizado e as gangues.

Ao mesmo tempo, quer promover uma lei de terrorismo, porque "as 'pandillas' são terroristas e precisam ser tratadas como tal".

Para conter a insegurança, que deixa cerca de 4.500 mortos a cada ano na Guatemala, uma das taxas mais altas da América Latina, visa a criar um Conselho Nacional de Segurança que será responsável pela Inteligência, investigação e processo penal.

Como parte de sua estratégia de segurança, pretende ressuscitar a pena de morte, suspensa desde 2000, devido a uma brecha legal.

"A aplicação da pena de morte é constitucional e, se as leis são constitucionais, devem ser cumpridas", alegou.

Ele também propõe que os prisioneiros trabalhem construindo móveis para escolas, assim como roupas de cama, travesseiros e toalhas para os hospitais.

- Migração -

Em seus discursos de campanha, prometeu atacar as causas da emigração irregular para os Estados Unidos.

Em 26 de julho, a Guatemala assinou um acordo com os Estados Unidos para transformar essa nação centro-americana em um "terceiro país seguro".

O tratado, que ainda não entrou em vigor, implica que a Guatemala abrigará migrantes em busca de asilo nos Estados Unidos. Provocou uma onda de críticas de quem afirma que o país carece de recursos econômicos e de infraestrutura para essa função.

Milhares de guatemaltecos que se aventuram a cruzar o México para alcançar os Estados Unidos estão fugindo da pobreza e da violência, problemas comuns no norte da América Central, onde operam gangues e traficantes de drogas.


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