O presidente norte-coreano, Kim Jong-un, supervisionou pessoalmente o último disparo de mísseis, que constituía "o tiro de teste de uma nova arma" - anunciou a agência oficial de notícias KCNA neste domingo (11).
A informação da KCNA não especificou a natureza da arma testada no disparo de sábado (10), mas um segundo comunicado do Ministério norte-coreano das Relações Exteriores o definiu como um "teste para desenvolver armas convencionais".
Kim "se sentou no posto de observação e guiou o disparo de teste", afirmou a agência, acrescentando que o dirigente expressou "grande satisfação" com o resultado.
A Coreia do Norte apresenta esses disparos de mísseis - os de sábado foram o quinto episódio em duas semanas - como um protesto contra os treinos militares anuais realizados nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, atualmente em curso e que Pyongyang denunciou em repetidas ocasiões.
Segundo funcionários de Defesa de Seul, a Coreia do Norte disparou na manhã de sábado dois mísseis balísticos de curto alcance da cidade de Hamhung (nordeste), que voaram 400 quilômetros antes de cair no mar entre a península da Coreia e o Japão.
"A análise detalhada do resultado do disparo de teste demostrou que foi cumprido com as vantajosas e poderosas exigências do desenho do novo sistema armamentista", apontou a KCNA.
Em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores difundido pela KCNA, Pyongyang dizia que Seul havia "representado de forma desafiadora um agressivo treinamento militar" contra a Coreia do Norte.
Qualquer futuro diálogo "se manterá estritamente entre a RPDC (acrônimo oficial da Coreia do Norte) e os Estados Unidos, não entre o Norte e o Sul", completou a nota.
- Trump mantém retórica suave com Kim
No sábado, o presidente americano, Donald Trump, afirmou estar de acordo com a oposição de Kim aos exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul - mais por motivos financeiros do que militares. Essa atividade é a pedra angular da coperação militar entre Seul e Washington.
Trump disse ainda que Kim quer retomar as negociações sobre seu arsenal nuclear quando os treinos militares com Seul chegarem ao fim. Também minimizou a importância dos disparos de mísseis, acrescentando que o líder norte-coreano se justificou a respeito do tema.
Ontem de manhã, pelo Twitter, o presidente americano contou que recebeu uma carta de Kim, na qual fazia essas considerações. Nela, teria declarado "muito amavelmente, que gostaria de se reunir e começar as negociações tão logo terminem os exercícios conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul".
Na sexta, o presidente dos EUA já havia suavizado o tom em relação a Pyongyang. "Vou dizer outra vez. Não houve testes nucleares. Os testes de mísseis sempre foram de curto alcance. Não houve testes de mísseis balísticos.
As manobras militares conjuntas entre Seul e Washington começaram na segunda-feira e devem terminar em 20 de agosto.
"Se Kim achasse que os testes de mísseis poderiam pôr em risco o processo de diálogo, ele se absteria. Mas, neste momento, é como se a Coreia do Norte tivesse carta branca para lançar mísseis de curto alcance", considerou Shin Beom-chul, analista do Instituto de Estudos Políticos Asan, de Seul.
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