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Estado de Minas

China adverte manifestantes de Hong Kong a não subestimarem governo central


postado em 07/08/2019 09:07

Pequim fez nesta terça-feira (6) a advertência mais dura até agora aos manifestantes de Hong Kong, que desafiam há dois meses o regime comunista, e afirmou que não devem subestimar o "imenso poder" do governo central da China.

"Deve ficar muito claro para o pequeno grupo de criminosos violentos e sem escrúpulos: quem brinca com o fogo morre queimado", afirmou Yang Guang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau.

Um dia depois de uma jornada de caos na megalópole do sul da China, com uma greve geral e perturbações nos meios de transporte e que acabou com 148 detidos, o governo de Pequim elevou o tom com a esperança de convencer os manifestantes pró-democracia a voltar para casa.

"Nunca subestimem a firme determinação e o imenso poder do governo central", declarou Yang, que voltou a acusar os militantes pelos distúrbios. "No fim serão punidos", insistiu.

A advertência de Pequim foi a mais contundente feita desde o início dos protestos, em junho, contra um projeto de lei que permitira a extradição de habitantes de Hong Kong para a China.

O projeto foi suspenso, mas os manifestantes exigem a retirada definitiva do texto e a renúncia da chefe do Executivo local, Carrie Lam.

Yang reiterou o apoio de Pequim a Carrie Lam e à polícia de Hong Kong na repressão aos protestos. O governo chinês, que não tolera protestos na China continental se negou até o momento a intervir em Hong Kong.

Perguntado sobre a possibilidade de ver o Exército Popular de Libertação (EPL) , Yang estimou que o governo e a polícia local estavam "plenamente aptos a castigar a violência conforme a lei, de restabelecer o ordem e a estabilidade social".

O EPL "é uma força poderosa, mas também civilizada", disse. "Atua conforme a lei".

- Poder para o povo -

Na semana passada, no entanto, o exército chinês divulgou um vídeo que mostrava cenas de soldados reprimindo um protesto em Hong Kong.

Em virtude do acordo de retrocessão (devolução) assinado com o Reino Unido em 1984, a ex-colônia britânica continua gozando de liberdades inexistentes no continente.

Mas os manifestantes afirmam que temem uma erosão das liberdades ante a crescente influência do poder chinês na megalópole de 7 milhões de habitantes.

Em tese, o exército chinês, que tem uma guarnição de milhares de soldados em Hong Kong, não deve interferir nos assuntos do território.

Mas o comandante da guarnição recordou na semana passada que a lei autoriza uma intervenção para restabelecer a ordem, a pedido das autoridades locais.

Essa intervenção reavivaria o fantasma da repressão das manifestações da Primavera de Pequim de 1989, que deixaram centenas ou milhares de mortos, dependendo da fonte.

Nesta terça-feira, um grupo de manifestantes falou pela primeira vez com a imprensa em Hong Kong para "fazer um contrapeso ao monopólio do governo sobre o discurso político em relação a esse tema".

Com os rostos cobertos por máscaras, camiseta preta e um capacete de obras amarelo, indumentária emblemática dos protestos, três membros do movimento pró-democracia, que não conta com nenhum líder por temor a represálias, disseram dar a coletiva de imprensa "pelo povo, para o povo".

"Pedimos ao governo que devolva o poder ao povo e responda aos pedidos dos cidadãos de Hong Kong", disseram, lendo declarações em inglês e em cantonês.

Na noite de terça-feira houve um novo confronto entre as forças de segurança e manifestantes que se concentravam em frente a uma delegacia de polícia, onde um estudante se encontra detido.

Segundo a polícia, ele portava um indicador com laser de 18 cm. Para os sindicatos de estudantes, a polícia "criou totalmente uma acusação".

Na segunda-feira à tarde, após a greve geral, foram organizadas sete manifestações simultâneas - um desafio para as forças de segurança após dois meses de protestos. A polícia usou gás lacrimogêneo em pelo menos quatro pontos da cidade, especialmente nas proximidades do Parlamento local.


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