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Estado de Minas

Países pró-Guaidó discutem solução para Venezuela após sanções de Trump


postado em 06/08/2019 17:40

Chanceleres e representantes de quase 60 países debatiam nesta terça-feira (6), em Lima, uma solução para a crise na Venezuela, um dia depois de Washington congelar todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos.

Convocada pelo Grupo de Lima, a "Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela" começou depois de uma reunião de quase três horas das nações que reconhecem Juan Guaidó.

"Convido-os a renovar nosso total apoio ao presidente Juan Guaidó", disse o ministro peruano das Relações Exteriores, Néstor Popolizio, ao inaugurar a reunião, pedindo que se redobrem os esforços para conseguir uma mudança de governo de Caracas.

O encontro conta com a presença de chanceleres e delegados de todos os continentes convocados pelo Grupo de Lima. Inclui uma delegação de alto nível enviada pelo presidente americano, Donald Trump, mas não conta com representantes dos países que apoiam o governo de Nicolás Maduro, como Cuba, Rússia, China e Turquia, que rejeitaram o convite.

Trump enviou a Lima o secretário do Comércio, Wilbur Ross, e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton.

Ontem, Bolton disse que chegou o momento de avançar para uma "transição de poder de Maduro para Juan Guaidó", o líder opositor reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países.

"Esta reunião será muito emblemática para reafirmar o apoio da comunidade internacional à Presidência interina de Juan Guaidó", declarou o assessor para a América Latina no Conselho de Segurança Nacional de Trump, Mauricio Claver-Carone, que integra a delegação americana.

"Também vamos falar sobre o que faremos no dia 1, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder", completou.

Bolton afirmou que o governo dos Estados Unidos tem a "intenção de que a transferência (de poder na Venezuela) seja pacífica", mas reiterou que todas as opções estão sobre a mesa.

Na segunda-feira, Trump congelou todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos, que agora "estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados, ou manejados".

Washington não aplicava uma medida deste tipo contra um país do continente americano há três décadas, algo semelhante às sanções impostas à Coreia do Norte, ao Irã e à Síria.

Anteriormente, o governo dos Estados Unidos adotou tal medida contra a Cuba de Fidel Castro, em 1962; a Nicarágua no primeiro governo de Daniel Ortega, em 1985; e o Panamá, em 1988, no período do general Manuel Antonio Noriega. Apenas as sanções contra Havana permanecem vigentes.

- Sanções a terceiros

Depois do anúncio de sanções, Bolton afirmou que, quem fizer negócios com Maduro, também poderá ser punido por Washington. "Este bloqueio não é contra o povo da Venezuela, mas contra o regime de Maduro", frisou o conselheiro de Segurança Nacional.

"Gostaria de deixar claro que este decreto executivo, com amplos efeitos, autoriza o governo americano a identificar e converter em alvo de sanções pessoas que continuem dando apoio ao ilegítimo regime de Nicolás Maduro", declarou Bolton.

"Dissemos à Rússia e à China que o apoio que dão ao regime de Maduro é intolerável, em particular, para o regime democrático que substituirá Maduro. À Rússia e, sobretudo, àqueles que controlam suas finanças, voltamos a dizer o seguinte: 'Não redobrem uma aposta equivocada'", frisou.

"Para a China, que já se mostra desesperada para recuperar as perdas financeiras, a via mais rápida para recuperar seu dinheiro, é apoiar um novo governo legítimo", acrescentou.

Nesta terça, o governo venezuelano acusou Washington de praticar "terrorismo econômico" e de buscar uma ruptura no diálogo com a oposição, após novas sanções que congelam todos os seus bens nos Estados Unidos.

O governo de Nicolás Maduro "denuncia perante a comunidade internacional uma nova e séria agressão do governo Trump por meio de ações arbitrárias de terrorismo econômico contra o povo da Venezuela", afirma o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

Cuba descreveu a ordem de Trump como "ato de covardia", e a Rússia, como uma ação de "terrorismo econômico".

"Ninguém tem o direito de impor sua vontade ao outro mediante a repressão econômica", afirmou o Ministério russo das Relações Exteriores, citado pela agência de notícias Ria Novosti.

Um comunicado da Casa Branca enfatizou que os Estados Unidos usarão de todas as ferramentas necessárias para propiciar o fim da ditadura Maduro.

O encontro acontece em um hotel de Lima e tem a presença, entre outros, de representantes do Vaticano, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Israel, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e vários países latino-americanos. Inicialmente confirmados, México e Uruguai não compareceram.


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