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Estado de Minas

Tiroteios testam poder da NRA, principal lobby das armas nos EUA


postado em 06/08/2019 11:19

Principal lobby das armas nos Estados Unidos, a National Rifle Association (NRA) enfrenta um duro teste, após os dois recentes tiroteios em massa no país, no último fim de semana.

Poucos acreditam que a influente organização vá diminuir sua pressão sobre o Congresso, ou sobre o governo Donald Trump.

Na segunda-feira (5), após os massacres de El Paso, no Texas, e de Dayton, em Ohio, o presidente pediu a democratas e republicanos "união" para promover controles de antecedentes mais rígidos para a compra de armas.

Horas depois, porém, Trump reiterou o que muitos consideram um lema da NRA.

"A doença mental e o ódio apertam o gatilho, não as armas", afirmou o presidente, em discurso transmitido pela televisão, usando um frase recorrente da NRA e dos defensores da venda livre de armas de fogo.

"Armas não matam pessoas, pessoas matam pessoas", dizem seus defensores.

A NRA recebeu bem a mensagem de Trump.

Há muito tempo, os democratas reivindicam controles estritos de antecedentes, mas os republicanos - e a NRA - se negam sistematicamente a tratar do tema.

- Abatida, mas ainda forte -

A NRA é um dos mais poderosos grupos de pressão dos Estados Unidos. Apesar de uma série de crises nos últimos meses, mantém enorme influência no Capitólio.

No primeiro semestre deste ano, gastou US$ 1,6 milhão no lobby contra o aumento dos controles para verificação de antecedentes dos compradores de armas, informou a emissora CNBC.

Também apoiou a corrida eleitoral de Trump de 2016 com mais de US$ 30 milhões, segundo monitoramentos independentes de recursos de campanha.

Entre 2000 e 2012, a NRA e seus aliados da indústria das armas despejaram US$ 80 milhões em campanhas políticas, segundo o Center for Responsive Politics, que investiga esse tipo de financiamento.

Nos últimos tempos, a NRA sofreu alguns golpes, incluindo a saída de seu então presidente, Oliver North, devido a disputas pelos gastos da associação e, na semana passada, a renúncia de três de seus diretores.

Além disso, suas finanças estão complicadas: as contribuições caíram 21% - mais de US$ 26 milhões - entre 2016 e 2017, revelam números da própria organização.

Uma auditoria obtida pela OpenSecrets aponta que a NRA teve um déficit de US$ 31,8 milhões em 2017, após ficar US$ 14,8 milhões no vermelho no ano anterior por seu apoio à candidatura de Trump.

"Se, alguma vez, a NRA teve um ponto fraco, é agora", avaliou o congressista republicano moderado Pete King ao site The Hill. "Estão enfraquecidos. E todos nós, incluindo o presidente, deveríamos aproveitar essa situação", completou.

Alguns republicanos começam, lentamente, a defender reformas nas leis de armas.

Na segunda-feira, o senador republicano Lindsey Graham anunciou que seria coautor de um projeto de lei para permitir às agências policiais apreender temporariamente armas de fogo de pessoas suspeitas de serem perigosas para si mesmas, ou para terceiros.

A maior parte do campo de Trump se mantém em silêncio em relação ao aumento dos controles de antecedentes, ou da proibição da venda de fuzis de assalto, como os que foram usados nos tiroteios em massa do fim de semana.

- Projeto engavetado -

Liderada pelos democratas, a Câmara de Representantes aprovou um projeto no início do ano para preencher as brechas legais que permitem a venda de armas em feiras, ou entre indivíduos sem a verificação de antecedentes.

O projeto está parado no Senado, onde o líder da maioria republicana, Mitch McConnell, tido em alta conta pela NRA, nega-se a submetê-lo à plenária.

Vários pré-candidatos democratas para a disputa presidencial de 2020, entre eles o ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders, condenaram a inação de McConnell e o aparente consentimento do presidente.

Trump "decidiu estar junto da NRA, cujo lobby e contribuições de campanha controlam o Partido Republicano", tuitou Sanders.

Ontem, McConnell disse que ter destinado a três senadores republicanos a tarefa de buscar eventuais soluções para os "recentes assassinatos em massa". Em sua declaração, chamou atenção o fato de não mencionar as armas.


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