Jornal Estado de Minas

Acordos de paz entre grupos fulani e dogon no centro de Mali

Grupos armados fulani e dogon assinaram acordos de "cessar de hostilidades" após meses de violência no centro de Mali, à margem de uma visita do primeiro ministro, Boubou Cissé, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.

Os acordos de paz foram concluídos nas áreas de Macina, Djenné, San, Tenenkou e Niono (regiões de Mopti e Segou) por uma dezena de grupos armados fulani e de caçadores tradicionais dogzos, compostos sobretudo por membros da comunidade dogon, segundo um documento oficial consultado pela AFP.

No documento, assinado pelo primeiro-ministro, os grupos "se comprometem a cessar imediatamente e definitivamente as hostilidades, pôr todos os meios para favorecer a livre circulação de pessoas, bens e agências humanitárias".

Por sua vez, Boubou Cissé "animou as partes a fazer as pazes", indicou seu gabinete.

Desde que em 2015 apareceu no centro de Mali o grupo jihadista de Amadou Koufa, que recruta prioritariamente fulanis (em geral, pecuaristas), multiplicaram-se os confrontos entre essa comunidade e as etnias bambara e dogon (essencialmente agrícolas), que criaram "grupos de autodefesa".

Os confrontos intercomunitários deixaram centenas de mortos. Em 23 de março, em Ogassagou, próximo à fronteira com Burkina Faso, cerca de 160 fulanis foram abatidos por supostos caçadores dogon.

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