A ministra canadense de Relações Exteriores, Chrystia Freeland, anunciou na sexta-feira (2) que teve uma conversa pessoalmente com seu homólogo chinês pela primeira vez desde a prisão, em dezembro, pelo Canadá de uma alta executiva da Huawei, que originou uma crise entre os dois países.
Freeland disse que abordou, com seu homólogo Wang Yi, nesta semana, à margem de uma reunião internacional na Tailândia, a questão de dois canadenses presos na China - de forma arbitrária, para Ottawa.
"O fato de termos sido capazes de falar e discutir esses assuntos frente a frente, diretamente um com o outro, definitivamente é um passo positivo", declarou Freeland durante videoconferência de Bangkok, onde participa de uma reunião da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean).
Durante este intercâmbio, o chefe da diplomacia chinesa "expressou sua inquietação sobre o processo de extradição de Meng Wanzhou", apontou Freeland. Os dois dirigentes "se comprometeram a continuar as discussões", de acordo com ela.
No começo de dezembro, o Canadá prendeu Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa de telecomunicações Huawei a pedido dos Estados Unidos, que suspeitam que a empresa viola as sanções americanas contra o Irã.
A líder da Huawei foi posta em liberdade condicional e vive desde dezembro sob vigilância em uma de suas propriedades em Vancouver.
As audiências sobre a exigência de extradição para os Estados Unidos devem começar em janeiro.
Poucos dias após a prisão de Meng, a China prendeu o ex-diplomata canadense Michael Kovrig e seu compatriota, o consultor Michael Spavor, suspeito de fazer espionagem.
Ottawa considera essas duas prisões medidas de retaliação de Pequim.