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Estado de Minas

Tratado INF: um acordo histórico em 1987 de redução dos arsenais nucleares


postado em 02/08/2019 11:55

O Tratado INF de Forças Nucleares Intermediárias, "enterrado" nesta sexta-feira (2) por Estados Unidos e Rússia que rejeitam mutuamente essa responsabilidade, era um dos grandes tratados de desarmamento precursores do fim da Guerra Fria.

No momento de sua assinatura em Washington, em 8 de dezembro de 1987, entre o então presidente americano, Ronald Reagan, e seu colega soviético, Mikhail Gorbatchev, o tratado foi saudado como "histórico", abrindo caminho para uma nova era nas relações entre os blocos Leste e Oeste.

Acordos já haviam sido concluídos - como em 1972, com o SALT I, e em 1979, com o SALT II - para limitar o número de novos lançadores de mísseis balísticos. Com o Tratado INF, porém, as duas potências se comprometiam, pela primeira vez, a destruir uma classe inteira de mísseis nucleares.

Os mísseis com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros deveriam ser destruídos em três anos, antes da entrada em vigor do Tratado INF ("Intermediate Nuclear Forces", ou "Forças Nucleares Intermediárias").

Ao todo, 2.692 mísseis foram destruídos antes de 1991, ou seja, a quase totalidade dos mísseis nucleares de alcance intermediário, e pouco mais de 4% do arsenal nuclear total de ambos os países em 1987.

Uma das inovações do Tratado INF foi a adoção de procedimentos de verificação das destruições por parte de inspetores do outro país.

Entre os mísseis americanos destinados à destruição pelo tratado, estavam os célebres Pershing IA e Pershing II, no centro da crise dos euromísseis durante a década de 1980.

Essa crise, que se seguiu à mobilização pela União Soviética de mísseis nucleares SS-20 voltados para as capitais europeias, viu a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) responder, com mísseis Pershing na Europa, na direção da URSS.

Em 1983, um ano depois de sua entrada em vigor, o presidente Reagan designava a URSS como o "Império do Mal". Após uma década de 1970 mais concentrada na "détente" entre os dois blocos, a Guerra Fria atingiu assim um novo auge.

A chegada de Mikhail Gorbatchev ao poder, em Moscou, em 1985, trouxe uma nova era, porém, marcada pelas políticas da "Perestroika", ou pela "reestruturação", apontando a abertura do bloco soviético à discussão com os Estados Unidos.

Foram necessárias três cúpulas entre Mikhail Gorbatchev e Ronald Reagan entre 1985 e 1987 para se chegar à assinatura do Tratado INF.

Os Estados Unidos saíram do tratado oficialmente nesta sexta, acusando a Rússia de violar o texto e de ser "a única responsável" por este "fracasso".

Já Moscou atribui o fim do acordo "à iniciativa" de Washington, renovando sua proposta de não mobilizar mísseis proibidos pelo tratado, se Washington fizer o mesmo.


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