Jornal Estado de Minas

Militares denunciam oposição na Venezuela por tentativa de retorno ao TIAR

A Força Armada venezuelana denunciou nesta quarta-feira as "nefastas intenções" da oposição, que no controle do Parlamento aprovou a reincorporação do país ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) de cooperação militar.

O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, declarou que uma "minoria política pró-imperialista" demonstrou seu "antipatriotismo" ao tentar a volta da Venezuela ao TIAR, do qual se retirou em 2012.

Padrino afirmou no Twitter que "a FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) rejeita de maneira contundente as nefastas intenções" que, a seu juízo, esconde tal decisão.

"É precisamente este tratado um instrumento de dominação e intervencionismo contrário à independência e a soberania dos povos".

Na terça-feira, o Parlamento - único poder controlado pela oposição - aprovou o retorno ao TIAR, um tratado de defesa regional que é considerado o marco legal para a eventual intervenção militar no país petroleiro.

"Aprovada por unanimidade de todos os presentes. É sancionada assim (a lei)", disse o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, que completa seis meses em que se autoproclamou presidente interino da Venezuela.

Guaidó é reconhecido por cinquenta países, incluindo os Estados Unidos, que não descarta a ação armada na Venezuela para expulsar o presidente socialista, Nicolás Maduro, do poder.

Adotado em 1947, o TIAR estabelece que um ataque armado contra um Estado americano por parte de outro país será considerado uma agressão a todos os seus membros, que se comprometem a enfrentá-lo conjuntamente.

Também prevê o uso da força quando um país se apresente em situação que "ameace a paz do continente".

A reentrada no TIAR, no entanto, permanecerá em um limbo jurídico, uma vez que as decisões do Legislativo são consideradas nulas desde 2016 pelo Supremo Tribunal de Justiça, de linha oficial.

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