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Estado de Minas

Boris Johnson, um homem cercado por polêmicas


postado em 23/07/2019 10:31

O futuro primeiro-ministro britânico Boris Johnson, de 55 anos, gerou muita controvérsia nos últimos trinta anos, o que não impediu sua ascensão ao poder.

- Deslize diplomático -

Boris Johnson estava no comando da diplomacia britânica há pouco mais de um ano, quando cometeu, no final de 2017, um deslize no caso de Nazanin Zaghari-Ratcliffe, cidadã iraniana-britânica detida no Irã e acusada de ter participado de manifestações contra o regime islâmico.

Diante de uma comissão parlamentar, o ministro afirmou que ela estava formando jornalistas no momento de sua prisão em abril de 2016, alimentando as acusações de Teerã, enquanto seus parentes sempre disseram que estava de férias.

Boris Johnson acabou voltando atrás em suas observações, mas não escapou dos pedidos de demissão.

- Erro de contas do Brexit -

O seguinte slogan foi escrito em um ônibus que cruzou o Reino Unido durante a campanha do referendo de 23 de junho de 2016: "Nós enviamos 350 milhões de libras para a UE toda semana, vamos financiar nosso NHS", o serviço de saúde público.

Uma avaliação "razoável", segundo Boris Johnson, para quem a saída da UE permitiria "recuperar o controle" desse dinheiro.

Contudo, de acordo com dados da Comissão Europeia, o montante pago pelo Reino Unido foi em média de 135 milhões de libras por semana entre 2010 e 2014: 2,5 vezes menos que os 350 milhões mencionados por "BoJo".

O populista Nigel Farage, outro ferrenho defensor do Brexit, considerou a situação como um "erro de campanha".

Essa aritmética rendeu a Boris Johnson acusações de mentir. O Supremo Tribunal de Londres acabou por rejeitar as acusações, aceitando os argumentos da defesa de Johnson, que denunciou acusações de natureza "política".

- Conta alta -

A ideia era sedutora: construir uma ponte sobre o rio Tamisa. Seriam 366 metros cobertos de árvores e flores. "Um incrível oásis de tranquilidade" em plena Londres, prometeu Boris Johnson em 2014, então prefeito da capital.

Mas o projeto de financiamento, mal montado, fez tudo desmoronar. Apresentado à primeira vista como um "presente" aos londrinos graças à contribuição de fundos privados, o projeto acabou custando dezenas de milhões de libras aos contribuintes britânicos.

Em 2017, seu sucessor Sadiq Khan, assustado com uma fatura que não parava de aumentar, assinou sua sentença de morte.

Como prefeito, Boris Johnson fez outra extravagância ao comprar três canhões de água usados da Alemanha para equipar a polícia britânica, ao custo de mais de 300.000 libras. Nunca utilizados, foram revendidos por um valor trinta vezes menor.

- Sexo, mentira e política -

"Besteira", respondeu Boris Johnson em 2004 quando perguntado sobre um caso extraconjugal com Petronella Wyatt, uma jornalista do Spectator, o jornal semanal do qual era então editor.

Casado e pai de quatro filhos pequenos, Boris Johnson era na época uma das maiores esperanças dos conservadores.

E então o escândalo aumentou ainda mais: a mãe de Petronella, Lady Wyatt, revelou que sua filha havia engravidado e que teve que fazer um aborto. Flagrado na mentira, Boris Johnson foi excluído da liderança do partido.

"Seus dias na política não acabaram", disse na época, premonitório, um porta-voz dos conservadores.

- Declaração que não existiu -

De acordo com o professor universitário Colin Lucas, o rei Edward II "viveu um reinado de devassidão com seu cigano, Piers Gaveston", em um palácio construído em 1325.

Esta citação, publicada em 1988 em um artigo assinado por Boris Johnson enquanto era jornalista no Times, apresenta dois problemas:

1: Gaveston foi executado em 1312. Seria, portanto, impossível estar em um palácio erigido 13 anos depois.

2: Colin Lucas nunca proferiu essa frase.

O Times afastou Boris Johnson por ter inventado a citação.

Mas "BoJo", que acabara de sair da universidade, entrou no Telegraph e tornou-se correspondente em Bruxelas, onde, por meio de exageros e desordem, sacudiu a cobertura das instituições europeias ao narrar as ações mais insólitas do executivo europeu (tamanho de salsichas, banheiros, etc.).


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