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Estado de Minas

Ataques aéreos matam cerca de 40 civis na Síria


postado em 22/07/2019 17:49

Pelo menos 38 civis foram mortos nesta segunda-feira (22) em ataques aéreos na província de Idlib, noroeste da Síria, segundo um novo balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que atribuiu os bombardeios às aviações síria e russa, embora Moscou negue qualquer responsabilidade.

No total, os bombardeios russos e do regime sírio mataram pelo menos 50 pessoas, em um novo dia de violência no último reduto jihadista do país.

Desde o final de abril, o governo Assad e seu aliado russo intensificaram seus bombardeios na província de Idlib (noroeste da Síria) e em áreas adjacentes que fazem fronteira com Aleppo, Hama e Latákia.

A região segue sob controle do grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-facção síria da rede Al-Qaeda). Outras facções rebeldes e jihadistas também estão presentes.

Nesta segunda, vários ataques aéreos russos tiveram como alvo um mercado na cidade de Maaret al-Nooman, na província de Idlib, onde atuam atacadistas, relatou o OSDH, que informou que edifícios próximos também foram afetados.

Pelo menos 36 civis e duas pessoas ainda não identificadas morreram nestes ataques, segundo a mesma fonte.

O Observatório, que conta com uma ampla rede de fontes na Síria, determina os autores dos ataques com base no tipo de aeronave utilizada, a localização dos alvos, os planos de voo e a munição utilizada.

O Exército russo negou ter bombardeado a área, denunciando acusações dos Capacetes Brancos, uma organização de socorristas que opera em zona rebelde.

"São falsas as declarações de representantes anônimos da organização dos 'Capacetes Brancos', financiada pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos, sobre supostos ataques aéreos russos em um mercado de Maaret al-Nooman", declarou o Ministério russo da Defesa em um comunicado.

Auxiliados por moradores, os Capacetes Brancos transportaram feridos cobertos de sangue nos braços ou em colchões transformados em macas improvisadas, constatou um fotógrafo colaborador da AFP.

Um homem jazia sem vida no chão coberto de escombros. O rosto estava coberto de poeira cinza. Outra vítima, ferida, foi amparada por dois homens, que a seguraram pelos braços. Moradores fugiam da área, carregando crianças, muitas vezes descalças, descreveu o fotógrafo.

- "Condições dramáticas" -

Os Capacetes Brancos relataram a morte de um de seus voluntários. Os ataques desta segunda-feira também deixaram cem feridos, segundo o OSDH.

Outros doze civis morreram em ataques do regime em outras partes do reduto jihadista, segundo a mesma fonte.

No domingo, também na região de Idlib, 18 civis, incluindo sete crianças, morreram em ataques aéreos atribuídos sobretudo ao regime, mas também ao seu aliado russo, segundo o OSDH.

Entre as vítimas está o jornalista colaborador Anas Dyab, de 22 anos, um fotógrafo e cinegrafista que contribuiu para a AFP, que também era voluntário dos Capacetes Brancos.

O OSDH afirma que mais de 650 civis morreram em quase três meses; enquanto 330.000 fugiram da violência, segundo a ONU.

Além disso, dois cardeais do Vaticano estiveram nesta segunda-feira em Damasco para se encontrar com o presidente Assad.

Eles lhe entregaram uma carta do papa Francisco, que manifestou sua "profunda preocupação com a situação humanitária na Síria, especialmente com as condições dramáticas da população civil em Idlib", segundo um comunicado do Vaticano.

O aumento da violência acontece apesar de um acordo alcançado em setembro 2018 entre Rússia e Turquia, que apoia alguns grupos rebeldes, em Idlib. O objetivo era evitar uma grande ofensiva das forças leais a Damasco.

A iniciativa previa uma "zona desmilitarizada" para separar os territórios extremistas e rebeldes das áreas adjacentes do governo.

"A zona de desescalada se tornou um dos lugares mais perigosos do mundo para os civis", disse nesta segunda-feira o porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) David Swanson, que pediu um cessar-fogo para "acabar com a tragédia".

Esporadicamente, jihadistas e rebeldes têm disparado foguetes e granadas contra áreas controladas pelo governo.


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