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Estado de Minas

Processo sobre 'rede da CIA' no Irã termina em vários presos e condenados à morte


postado em 22/07/2019 15:31

O Irã anunciou, nesta segunda-feira (22), a detenção de 17 de seus cidadãos e a condenação de vários outros à morte em um processo sobre o desmantelamento de uma "rede de espiões" da CIA, a Agência Central de Inteligência americana.

O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou a informação de "totalmente falsa" e disse que está cada vez mais difícil negociar um acordo com o Irã.

Estes 17 iranianos foram detidos entre março de 2018 e março de 2019 durante o processo de desmantelamento desta "rede de espiões" da CIA. A operação foi divulgada por Teerã em 18 de junho deste ano.

O anúncio foi feito em um contexto de grande tensão entre Irã e Estados Unidos, um ano depois da retirada americana do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano e em meio à crescente escalada no Golfo.

"Os que traíram deliberadamente seu país foram entregues à Justiça. Alguns foram condenados à morte, e outros, a longas penas de prisão", disse à imprensa o chefe da área de contraespionagem iraniana, cuja identidade não foi revelada.

Os suspeitos trabalhavam "em setores sensíveis", ou em atividades privadas ligadas a estes setores, e agiam de forma independente, acrescentou a mesma fonte, sem indicar quantos foram condenados à morte.

- 'Armadilha da CIA' -

"O relatório de que o Irã capturou espiões da CIA é totalmente falso. Zero verdade. Apenas mais mentiras e propaganda (como a de seu drone abatido)", disse Trump no Twitter.

O presidente americano afirmou ainda que a economia do Irã "está morta" e que a situação "vai piorar".

"O Irã é um desastre total", afirmou.

A CIA não comentou a informação. Em geral, a agência tem como política evitar esclarecer situações, envolvendo seus agentes secretos, ou seus informantes. Neste sentido, o desmentido de Trump foi bastante incomum e gerou críticas dos especialistas em Inteligência.

"Há uma razão, pela qual o governo NUNCA comenta este tipo de afirmação. A próxima vez que uma informação deste tipo ficar sem réplica, vai-se a assumir que é porque é correta", disse o ex-porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Ned Price.

Segundo essa autoridade iraniana, alguns dos condenados foram recrutados ao caírem em uma "armadilha" da CIA, quando tentavam obter seus vistos para irem aos Estados Unidos.

As autoridades iranianas também se referiram a casos de "abordagens diretas" a seus concidadãos por parte de agentes da CIA disfarçados como diplomatas em conferências científicas na Europa, na África, ou na Ásia.

Em um CD entregue à imprensa, o Ministério da Inteligência reproduz imagens de crachás de diplomatas americanos em postos na Áustria, Finlândia, Índia, Turquia, ou Zimbábue. De acordo com Teerã, eles trabalham para a CIA.

O CD inclui fotos de alguns daqueles que o Irã apresenta como "agentes da CIA" desmascarados pela contraespionagem.

A desconfiança em torno da ingerência estrangeira no Irã é tão antiga quanto a República Islâmica. Tomada de assalto por estudantes em novembro de 1979, a embaixada dos Estados Unidos em Teerã era apelidada, à época, de "ninho de espiões".

Recentemente, a televisão pública iraniana divulgou uma série de 30 capítulos intitulada "Gando" (nome de uma espécie de crocodilo natural do país) que glorifica a ação dos serviços de contraespionagem iranianos.


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