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Estado de Minas

EUA confirmam bloqueio do programa F-35 para Turquia após compra de mísseis russos


postado em 18/07/2019 14:25

Os Estados Unidos confirmaram na quarta-feira (18) que a Turquia não poderá mais se unir ao programa de caças americanos F-35, depois que Ancara comprou o sistema de defesa aérea de mísseis russo S-400.

"Infelizmente, a decisão da Turquia de comprar o sistema de defesa aérea russo S-400 suprime a continuidade de sua participação no programa F-35", informou em comunicado a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham.

Grisham acrescentou que Washington "continuará cooperando amplamente com a Turquia, considerando as limitações impostas pela presença do sistema S-400" no país.

Ela detalhou que Washington tinha feito diversas ofertas de seu próprio sistema de defesa de mísseis Patriot à Turquia. Ancara optou, porém, por adquirir o russo, contrariando o compromisso da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de evitar a adoção de sistemas da Rússia. Os EUA temem que, com isso, os segredos tecnológicos do F-35 possam ser revelados.

"Isso terá um impacto prejudicial na interoperabilidade da Turquia com a Aliança", afirmou.

Nesta quinta, o porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, comunicou ao conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, o "mal-estar" do país com a exclusão.

"Informamos nosso mal-estar", afirma o comunicado da Presidência, acrescentando que Kalin disse a Bolton que a decisão é "incompatível com as declarações anteriores dos presidentes de ambos os países".

O anúncio de Washington foi feito cinco dias depois de a Turquia começar a receber o sistema de mísseis russo, ignorando os alertas dos EUA e de outros aliados da Otan.

Ontem, Ancara já havia deixado clara sua insatisfação.

"Esta medida unilateral não respeita o espírito da Aliança e tampouco está baseada em razões legítimas (...) É injusto retirar a Turquia, um dos sócios do programa F-35", declarou o Ministério turco das Relações Exteriores na quarta-feira.

"Convidamos os Estados Unidos a corrigirem um erro que abrirá o caminho para um dano irreparável em nossas relações estratégicas", insistiu a Chancelaria turca.

A ação dos Estados Unidos bloqueará vários fabricantes turcos que produziam peças e componentes para o F-35, bem como os planos da Turquia de comprar cerca de 100 unidades dos modernos caças.

Na terça-feira, o presidente americano, Donald Trump, negou-se a criticar a Turquia pela compra do S-400, alegando falsamente que a Turquia foi forçada de forma injusta a concretizar essa operação por Barack Obama.

"Tenho uma boa relação com o presidente (Recep Tayip) Erdogan", disse Trump à imprensa.

"Estamos em uma situação muito difícil (...) na qual nos colocaram. (...) Isto posto, estamos trabalhando nisso, vamos ver o que acontece", completou.

Trump lamentou a perda da venda de até 100 F-35 para a Turquia, dizendo que o fabricante Lockheed Martin sofreria.

"Por terem um sistema de mísseis fabricado na Rússia, agora estão proibidos de comprar mais de 100 aviões. Diria que a Lockheed não está exatamente feliz. Isso significa um monte de trabalho", afirmou Trump.

No Pentágono, os funcionários disseram que as operações já estavam em andamento para iniciar a produção de cerca de 900 peças que a Turquia enviaria para os F-35s para fornecedores nos Estados Unidos e em outros países.

Técnicos e pilotos turcos do F-35 que foram treinados nos Estados Unidos voltarão para casa no fim deste mês.

"A compra do S-400 por parte da Turquia é inconsistente com seus compromissos com a Otan", disse a subsecretária da Defesa, Ellen Lord.

Infelizmente, a Turquia perderá, sem dúvida, empregos e futuras oportunidades econômicas com essa decisão", completou.

A Turquia tinha compromissos trabalhistas no valor de US$ 1 bilhão para contribuir para o programa F-35 e poderia esperar um total de nove bilhões de pedidos durante o prazo do programa, de acordo com Lord.

Além disso, o Congresso dos EUA exigiu que os países que realizam compras importantes de equipamentos de defesa russos sejam submetidos a sanções.


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