Os presidentes do Mercosul celebram sua 54ª cúpula semestral nesta quarta-feira, comprometidos a avançar com seu novo acordo de livre-comércio com a União Europeia, quando o Brasil assume a presidência rotativa do bloco.
O encontro é o primeiro a ser assistido pelo presidente Jair Bolsonaro, que antes de assumir o cargo em janeiro havia avisado que se retiraria do bloco se não obtivesse melhores oportunidades de negócios.
Bolsonaro recebeu do presidente argentino Mauricio Macri a liderança semestral do Mercosul, integrado também por Paraguai e Uruguai, duas semanas depois do anúncio de um pacto com Bruxelas negociado por 20 anos e que vai gerar um mercado de 780 milhões de habitantes.
A cúpula avançou em acordos que influenciarão a vida dos habitantes do bloco. Entre eles, a eliminação da cobrança de "roaming", que permitirá o uso de telefones celulares em todo o bloco sem custos adicionais. Também são esperados acordos sobre questões de família, imigração e saúde.
Ao assumir a presidência semestral do grupo Bolsonaro acusou o governo de Nicolás Maduro na Venezuela - suspensa do bloco desde 2017 por violar regras de respeito à democracia e compromissos comerciais assumidos - e disse que "não há mais espaço para governos autoritários".
"Como pode um país tão rico chegar onde chegou? E a gente sabe como nasceu, o populismo e a irresponsabilidade e um projeto de poder que não tinha limites", criticou Bolsonaro.
Ao final da reunião, os líderes assinaram uma declaração em que expressaram sua preocupação "pela grave crise que a Venezuela atravessa, que afeta seriamente a situação humanitária e de direitos humanos" e pediram a realização de "eleições presidenciais livres, justas e transparentes" o quanto antes.
Com exceção do Uruguai, os outros três membros do Mercosul, assim como o Chile, que é associado, condenam o governo de Nicolás Maduro e o consideram uma ditadura. A Bolívia, que tenta entrar no Mercosul, apoia Maduro. Seu presidente, Evo Morales, participou desta reunião.