Eric Lindblad, chefe do programa 737 da Boeing, deixou o grupo aeroespacial americano envolvido desde março em uma crise sem precedentes após dois acidentes aéreos que deixaram 346 mortos, revela um documento interno enviado nesta quinta-feira aos funcionários.
O chefe da divisão de aviação civil, Kevin McAllister, anunciou a aposentadoria de Lindblad no mesmo memorando, ao qual a AFP teve acesso.
Lindblad, que trabalhava na Boeing há 34 anos, estava à frente do programa 737, do qual fazem parte os dois aviões MAX que caíram deixando os 346 mortos.
Trata-se do primeiro alto executivo a deixar o grupo desde que a frota de 737 MAX parou de voar, em razão dos dois acidentes.
A Boeing informou na terça-feira uma drástica quada na entrega de aviões comerciais - apenas 90 aparelhos no trimestre encerrado em 30 de junho - contra 194 (-54%) no mesmo período do ano passado.
Um 737 MAX da indonésia Lion Air e outro da Ethiopian Airlines caíram em março, em condições similares, matando as 346 pessoas a bordo dos dois aparelhos.
Desde então, os 737 MAX têm sido mantidos em terra até que a Boeing realize as correções exigidas pelas autoridades que regulam a aviação comercial.