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Estado de Minas

De Cuba, excêntrico milionário John McAfee se lança à Casa Branca


postado em 06/07/2019 12:15

Depois de fazer fortuna com um software antivírus e de fugir de Belize, após um caso de assassinato, o milionário americano John McAfee soma um novo capítulo a sua tumultuada vida: de seu iate ancorado em Havana, ele se lança à disputa pela Casa Branca.

"Não estou fazendo uma campanha comum. Sou procurado como um criminoso pelo governo, do qual sou candidato à Presidência. Sim, é incomum", declara McAfee, enquanto fuma um cigarro atrás do outro em seu barco, cercado por uma equipe de sete pessoas e de dois cães enormes.

Sua ambição é ser candidato pelo Partido Libertário, que defende o livre-comércio e um Estado mínimo. Em 2016, tentou, sem sucesso: Gary Johnson foi escolhido em seu lugar, com 3,27% dos votos.

"Mas não quero ser presidente, realmente não. Além disso, não poderia: sério, olhem para mim, não posso ser presidente", acrescenta McAfee, de pele bronzeada, olhos azuis e cabelos tingidos de louro.

"De qualquer modo, tenho muitos seguidores e vou influenciar as próximas eleições", insiste ele, que se tornou um guru das criptomoedas, área na qual deu consultoria ao governo cubano.

McAfee diz ganhar 2.000 dólares por dia e tem cerca de um milhão de seguidores no Twitter.

Ancorado há semanas na Marinha Hemingway de Havana, a principal da ilha, ele se nomeia "The Great Mystery", um bom resumo deste homem enigmático de 73 anos.

- Fuga rocambolesca -

McAfee começou sua carreira como engenheiro da Nasa (a Agência Espacial americana) até trabalhar em várias empresas de informática, onde descobriu a existência de um vírus que se propôs a destruir.

Assim nasceu, em 1987, a companhia McAfee, um gigante do software antivírus que ele vendeu para a Intel em 2010. Acumula uma fortuna estimada em 100 milhões de dólares.

Sua história de sucesso deu uma reviravolta. Ele se tornou uma espécie de aventureiro e se instalou em Belize, país onde ocupou as manchetes dos jornais em 2012, quando seu vizinho foi assassinado. O crime ainda não foi esclarecido.

Depois de a Polícia descobrir que vivia com uma jovem de 17 anos e que tinha várias armas de fogo em casa, protagonizou uma fuga rocambolesca que manteve a imprensa em suspense durante um mês.

Provocador, publicou em 2013 um vídeo extravagante onde explicava como desinstalar o antivírus McAfee, com o nariz aparentemente com pó de cocaína e cercado de mulheres seminuas.

Esse material, que termina com uma imagem sua, de peito nu e tatuado, e com uma arma no ombro, teve nove milhões de visualizações.

Em 2015, foi detido nos Estados Unidos por dirigir sob efeito de drogas. Depois, voltou a fazer uma discreta aparição na imprensa até janeiro de 2019, quando fugiu do país.

"Primeiro, fui para as Bahamas, porque me acusaram de evasão de impostos. Não paguei impostos por oito anos", contou ele, acrescentando que o FBI foi até lá procurá-lo, motivo pelo qual viajou para Cuba.

"Provavelmente sou o melhor amigo que Cuba tem atualmente", diz McAfee.

"Não sei nada de comunismo", continua, "mas sei que não devemos interferir nos assuntos internos de Cuba, que não deveríamos bloquear este país", como os Estados Unidos fazem desde 1962.

É difícil saber o que é verdadeiro, ou falso, no relato de McAfee. As autoridades americanas não comentam possíveis julgamentos contra ele, mas, apenas por estar em Cuba com seu iate, ele já estaria violando regulações americanas. Hoje, cidadãos dos EUA são proibidos de viajar para a ilha a bordo de cruzeiros, ou de navios particulares.

O magnata acredita em que poderá permanecer na ilha até as eleições de novembro de 2020: "Cuba nunca extraditou um cidadão americano e Cuba não é exatamente um amigo do governo americano".

Existe, porém, cooperação policial e judiciária entre ambos os países. Em novembro passado, as autoridades cubanas entregaram aos Estados Unidos um americano procurado pela Interpol pelo assassinato da parceira.


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