A Colômbia propôs nesta sexta-feira (28) na Assembleia Geral da OEA harmonizar a resposta regional frente à migração de venezuelanos castigados pela crise, e considerar a opção de dar a eles tratamento de refugiados.
"O necessário (...) neste momento é que avancemos na tomada de decisões de natureza regional mediante a harmonização de medidas" migratórias, informou o chanceler Carlos Holmes Trujillo no marco da reunião da OEA que é celebrada até essa sexta-feira na cidade de Medellín.
Holmes fez o pedido aos países-membros à luz do relatório apresentado mais cedo por um grupo de trabalho do organismo sobre os efeitos do êxodo maciço de venezuelanos.
Os especialistas propuseram outorgar o status de refugiados aos migrantes para garantir sua "proteção permanente com direito a identidade, acesso a serviços, como saúde e educação", assim como "a oportunidade de inserir-se nos mercados de trabalho".
"Acho que este material que recebemos hoje deve ser matéria de discussão", informou o chanceler colombiano no último dia de deliberações.
De acordo com a ONU, quatro milhões de pessoas emigraram da Venezuela desde 2015 devido à crise econômica, enquanto um quarto da população venezuelana - equivalente a sete milhões de pessoas - requer atenção humanitária urgente.
Somente a Colômbia, que compartilha uma fronteira de 2.200 quilômetros com a Venezuela, recebeu 1,3 milhão de migrantes.
No entanto, Peru e Equador, segundo e terceiro país receptores dessa migração, demonstraram mais reservas sobre a possibilidade de ampliar suas facilidades migratórias.
O chanceler do Peru, Néstor Popolizo, enfatizou a necessidade de regular o fluxo, para que se "tenha a máxima segurança, não somente para o migrante venezuelano que chegar, mas para os países de acolhida".
Já o chanceler do Equador, José Valencia, insistiu na necessidade de uma migração "ordenada e regularizada" para evitar surtos de xenofobia.