A Força Armada da Venezuela (FANB) afirmou nesta terça-feira que o presidente colombiano, Iván Duque, "perde seu tempo" ao convocar os militares para retirar seu apoio ao presidente Nicolás Maduro.
"A FANB rejeita categoricamente as infaustas declarações do senhor Iván Duque, a quem exigimos respeito e lhe recordamos que perde seu tempo tentando fragmentar nossa unidade", diz o comunicado firmado pelo ministro da Defesa, general Vladimir Padrino.
A cúpula militar respondeu assim às declarações de Duque, que qualificou o governo Maduro de "ditadura atroz".
"Mais que uma solução militar de caráter estrangeiro, hoje o que é preciso é garantir a ruptura entre as próprias forças militares (venezuelanas) e que estas forças militares se coloquem ao lado da Assembleia e do presidente (Juan) Guaidó", declarou Duque à Europa Press neste final de semana.
Ao responder tal declaração, Maduro chamou Duque de "bastardo oligarca" e autorizou os militares a respondê-lo com "toda a força".
O líder opositor Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, tem convocado os militares a derrubar Maduro e contribuir para restabelecer a "democracia".
Acolhendo aos apelos de Guaidó, cerca de 900 militares e policiais já desertaram e cruzaram a fronteira para a Colômbia desde fevereiro passado, após a fracassada tentativa de trazer ajuda humanitária americana feita pelo líder opositor.
A comissão de Defesa do Legislativo - único poder nas mãos da oposição - afirma que 198 militares estão presos acusados de traição à pátria e conspiração, entre outros crimes.