Jornal Estado de Minas

Preso na Guatemala ex-chefe militar acusado por genocídio de indígenas

O ex-chefe militar Luis Mendoza, foragido desde 2011, foi preso neste domingo no norte da Guatemala, devido a uma ordem de captura por suposta participação no genocídio de indígenas maias-ixis durante a guerra civil (1960-1996), informou a polícia.

Mendoza é acusado na mesma causa penal pela qual foi condenado o ex-ditador Efraín Ríos Montt (1982-1983), que morreu no ano passado, aos 91 anos.

O militar reformado foi preso na cidade de Salamá, a cerca de 55 km da capital do país, ao deixar um centro de votação ao qual compareceu para participar das eleições gerais, informou o porta-voz da polícia, Pablo Castillo.

Segundo a acusação, Mendoza participou do genocídio ocorrido no departamento indígena de Quiché quando servia como oficial de alta patente do Exército no conflito armado interno.

"Esta captura é aguardada há muitos anos. Para as vítimas, é muito importante", disse à AFP o advogado Héctor Reyes, do Centro para a Ação Legal em Direitos Humanos, organização denunciante no processo.

A guerra civil na Guatemala deixou 200 mil mortos e desaparecidos, concluiu em 1999 uma Comissão da Verdade patrocinada pela ONU. A mesma comissão estabeleceu que "agentes do Estado da Guatemala, dentro das operações contraguerrilha realizadas entre os anos de 1981 e 1983, executaram atos de genocídio contra grupos do povo maia", principalmente o povo ixil, porque consideravam que os mesmos "constituiam ou poderiam constituir a base de apoio da guerrilha".

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